O ferroviário aposentado, Mauro Folim, lembra com saudosismo dos trens, não somente pelo auxílio no carregamento de cargas, mas também de pessoas. “Eles partiam de Presidente Prudente a São Paulo e iam lotados com 70 passageiros em cada vagão. Quando chegavam a Martinópolis, nós já não tínhamos mais passagens para fornecer, principalmente em época de eleição”, conta. Uma história curiosa comentada pelo antigo ferroviário, foi o descarrilamento de um trem que saía de Indiana, e, ao chegar à entrada da chave dos trilhos, as gaiolas tombaram com gado e os populares se aproveitaram da situação.
“A cada boi retirado era uma festa. Eles ficavam com as facas nas mãos na intenção de repartir a carne e levar, mesmo que fosse nas costas para casa”. Ainda de acordo com Mauro, a saudade maior dessa época é do barulho que o transporte ferroviário fazia e que, mesmo distante, com o ruído do motor da locomotiva, ele conseguia identificar o número de vagões que o trem continha. “Não tem como não sentir falta. A ferrovia é a minha paixão, no meu caso, foi uma profissão que passou do meu avô para o meu pai, irmãos e tios”, enfatiza.
Comemoração
Para celebrar o centenário da ferrovia, a Prefeitura de Martinópolis promoveu, no dia 31 de agosto, no Pátio da Estação Ferroviária da cidade, várias atividades culturais. O diretor do Departamento de Comunicação, Turismo e Cultura, André Luís Naufal, ressalta que o evento demonstrou para os munícipes a importância da ferrovia para a cidade. “Além disso, homenagens foram prestadas aos ex-ferroviários e foi apresentado para os martinopolenses um pouco do que era desenvolvido no passado, que atualmente é apenas história, através de uma exposição de fotos”, detalha.
Já o prefeito Cristiano Macedo Engel (PV) acredita que as atividades asseguraram a preservação do patrimônio cultural e homenageou aqueles que fizeram parte do desenvolvimento socioeconômico da comunidade.
