Homem de 31 anos que viajou a SP é primeiro paciente com varíola dos macacos em Prudente

Munícipe foi atendido na UPA do Ana Jacinta na sexta-feira, quando foram coletadas as amostras; ele e os pais estão em isolamento social

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 25/08/2022
Horário 12:12
Foto: Dado Ruvic/Reuters
Instituto Adolfo Lutz confirmou primeiro caso da monkeypox em Prudente na tarde desta quarta-feira
Instituto Adolfo Lutz confirmou primeiro caso da monkeypox em Prudente na tarde desta quarta-feira

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Presidente Prudente comunicou nesta quinta-feira o primeiro caso de monkeypox (varíola dos macacos) no município, de acordo com o resultado analisado pelo IAL (Instituto Adolfo Lutz), divulgado na tarde desta quarta-feira pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. 

O diagnóstico positivo refere-se a um homem de 31 anos, que viajou recentemente à capital paulista. O primeiro atendimento ao paciente aconteceu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Ana Jacinta na sexta-feira, dia 19, quando foram coletadas as amostras depois de constatado pela equipe que se tratava de um caso suspeito da doença.  

Segundo Márcia Lima Dantas, titular da Sesau, o paciente passa bem, sem complicações. Todos que residem na mesma casa, isto é, o positivado, a mãe e o pai, seguem em isolamento. 

O Estado de São Paulo tem 2.640 casos confirmados da monkeypox até o momento.

Transmissão e sintomas

De acordo com o Ministério da Saúde, a principal forma de transmissão da varíola dos macacos ocorre por meio do contato direto pessoa a pessoa, chamado de pele a pele.

O contágio por contato próximo pode ocorrer, principalmente, por relação sexual, beijo, abraço e contato com a pele lesionada, ou com fluidos corporais, como pus, sangue e saliva da pessoa doente.

O contato com objetos contaminados, tais como toalhas, roupas de cama, talheres, pratos e outros utensílios que foram manuseados pela pessoa infectada, também oferece risco de transmissão. Dessa maneira, trabalhadores da saúde, familiares e parceiros íntimos ficam mais expostos ao risco de infecção.

Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam, como a erupção cutânea (feridas na pele), febre, dores no corpo e na cabeça, ínguas, calafrios e fraqueza. O período de transmissão ocorre até que as lesões cicatrizem completamente e uma nova camada de pele se forme.

A doença, na maioria dos casos, evolui de forma benigna e os sinais e sintomas duram de duas a quatro semanas. Todas as pessoas com sintomas compatíveis de varíola dos macacos devem procurar atendimento médico imediatamente e adotar as medidas de isolamento recomendadas. O diagnóstico é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. As amostras são direcionadas para oito laboratórios de referência no Brasil.

Aquisição de vacinas

O Ministério da Saúde informa que segue em tratativas junto a entidades internacionais e a OPAS/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde) para compra de vacinas e antivirais para o tratamento da varíola dos macacos. O Brasil já adquiriu 50 mil doses do imunizante via OPAS/OMS, que coordena junto ao fabricante, de forma global, a aquisição e a ampliação do acesso ao imunizante nos países com casos confirmados da doença.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, a vacina a ser adquirida será de vírus não replicante. Em relação à compra de tratamentos, o Brasil negocia via OPAS/OMS e também com o fabricante o antiviral Tecovirimat para reforçar o enfrentamento ao surto da doença. O antiviral é indicado para casos graves, com autorização para uso compassivo.

Em um primeiro momento, apenas profissionais de saúde que manipulam as amostras recolhidas de pacientes e pessoas que tiveram contato direto com doentes serão vacinados. Isso porque não existe por parte da Organização Mundial da Saúde recomendação para vacinação em massa para a varíola dos macacos. “Se houver indicação para imunização em massa em algum momento, para se ter vacina em escala, tem que existir outros parques fabris com capacidade para produzir essas doses”, destacou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao citar a limitação de produção em grande quantidade.

Com a aprovação de uma norma pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que prevê a dispensa do registro para importação, o Ministério da Saúde poderá solicitar à agência a dispensa de registro de medicamentos e vacinas que já tenham sido aprovados no exterior, em condições específicas, para a prevenção ou tratamento da varíola dos macacos.

"O controle da doença é prioridade para o Ministério da Saúde, que realiza constante monitoramento da situação epidemiológica para orientar ações de vigilância e resposta à doença no Brasil. Com a evolução do cenário epidemiológico da doença no país, a pasta ativou o COE [Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública] com o objetivo de organizar a atuação do SUS [Sistema Único de Saúde] para resposta coordenada à doença, com a elaboração do Plano Nacional de Contingência para monkeypox", ressalta a pasta federal.

Álcool em gel

Ainda segundo o Ministério da Saúde, uma das principais formas de transmissão da varíola dos macacos ocorre por meio do contato direto com pessoas infectadas (pele e secreções) e objetos contaminados. Nesse sentido, higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel antes de comer ou tocar no rosto é uma medida importante de prevenção da doença.

Grupo vulnerável

Também conforme o Ministério da Saúde, pessoas com baixa imunidade, consideradas imunossuprimidas, apresentam enfraquecimento do sistema imunológico, seja por algumas doenças, por uso de medicamentos ou pela realização de procedimentos médicos. Por isso, são mais vulneráveis à varíola dos macacos. Estão nesse grupo:

  • Pessoas com HIV/aids (vírus da imunodeficiência humana e síndrome da imunodeficiência adquirida);
  • Portadores de imunodeficiência primária grave e doenças autoimunes;
  • Pessoas em tratamento de quimioterapia para câncer;
  • Transplantados;
  • Pacientes em terapia renal substitutiva (hemodiálise);
  • Pessoas que fazem uso contínuo de imunossupressores.

O sistema imunológico é responsável pela proteção do corpo, criando mecanismos de defesa para agentes estranhos, como vírus e bactérias. No caso de indivíduos imunossuprimidos, a proteção fica deficiente. A transmissão do vírus da varíola dos macacos coloca em risco esses grupos considerados mais vulneráveis.

Pessoas com baixa imunidade devem manter o uso de máscaras, principalmente em ambientes com indivíduos potencialmente infectados com o vírus, e também devem evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas suspeitos, como febre e lesões de pele/mucosa. Em caso de algum sinal ou sintoma suspeito da doença, um médico deve ser procurado.

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