Hospitais de Regente e Martinópolis somam dívida de R$ 800 mil

REGIÃO - Rogério Lopes

Data 09/10/2015
Horário 09:02
 

Juntas, as santas casas de Martinópolis e Regente Feijó somam uma dívida acumulada de R$ 800 mil: cerca de R$ 350 mil no Hospital e Maternidade Regional de Regente Feijó e R$ 450 mil na unidade de saúde martinopolense. Segundo os responsáveis pelas instituições, a situação é "complicada" e os administradores têm que manter todo um planejamento para arcar com as despesas mensais.

Em Martinópolis, o provedor Djalma Santo Carmanhães informa que o déficit mensal é de R$ 80 mil. Ele esclarece que os recursos recebidos giram em torno de R$ 330 mil, provenientes de verbas da União, Estado e municípios (além de Martinopólis, a unidade atende a demanda de Indiana e Caiabu). Já os gastos mensais giram em torno de R$ 400 mil, ocasionando o acúmulo e crescimento da dívida anual.

Em busca de contribuir com os recursos, a santa casa busca opções para passar "por esta etapa crítica e de desequilíbrio financeiro". Uma destas medidas, como já pontuado por este diário, é o repasse dos valores arrecadados com a cobrança de Zona Azul, caso o procedimento seja instituído na cidade. "A população já demonstrou que apoia a ideia do redirecionamento das cifras", explica Djalma.

O provedor cita "tal aprovação" constatada pela enquete feita pela Câmara Municipal, com intuito de escutar os moradores quanto à intenção do Executivo de colocar em prática o sistema de cobrança de estacionamento. Na ocasião, a população que participou da pesquisa aprovou a cobrança e sugeriu que a arrecadação seja enviada para a santa casa. A reportagem tentou contato com o prefeito de Martinópolis, Antonio Leal Cordeiro, Tonho (PV), para saber sobre a intenção do repasse, mas o mesmo não foi encontrado. Porém, em reportagem anterior que tratou sobre o assunto, o chefe do Executivo pontuou que uma instituição seria escolhida, por meio de licitação, para administrar o serviço e receber a arrecadação.

Além desta medida, Djalma informa que uma quermesse será realizada dia 15 de novembro, para arrecadação e fundos para o hospital. Na ocasião, também haverá um bingo, que já é vendido, também para obter recursos para a instituição.

 

Regente Feijó


Na unidade de saúde de Regente, por sua vez, a dívida acumulada é de, aproximadamente, R$ 350 mil. Quanto ao déficit mensal, o administrador do hospital, Ilcemir Scarabelli, diz que fica entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. Em relação à receita, o representante diz que recebe R$ 80 mil do SUS (Sistema Único de Saúde), outros R$ 30 mil de prefeituras (Anhumas, Taciba e Indiana, que têm pacientes atendidos na unidade), e entre R$ 10 mil e R$ 15 mil de convênio.

Sobre o convênio firmado entre o hospital e a Prefeitura, que direciona o repasse dos SUS, o administrador diz que venceu em setembro, mas que o mesmo será renovado nesta semana. "Está tudo encaminhado", salienta. Ilcemir frisa ainda que "existe sim um aperto, mas que a unidade faz tudo para manter o equilíbrio financeiro, prestar todos os atendimentos e serviços à população e honrar com os compromissos".

 

"Situação difícil"

Na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Venceslau, a situação não é diferente das demais. De acordo com o Walter Fernandes de Souza – que há 15 dias responde pela instituição – a "coisa está feia" e está cada dia mais difícil para as casas de saúde. Embora o represente da instituição e outro responsável pelo departamento financeiro da unidade informem que, devido uma norma fixada pela diretoria, não seja possível fornecer os dados quanto as divida acumulada que a Santa Casa, atualmente, possui e o déficit mensal gerado, é sabido que a vida financeira do local é "complicada".

O fato, inclusive, já foi informado por este impresso algumas vezes. Em julho, por exemplo, quando o hospital temia ter o fornecimento de energia "cortado", devido uma dívida com a empresa fornecedora do serviço, a unidade informou que possuía uma despesa mensal de R$ 1,150 milhão para atender a demanda de, aproximadamente, 7 mil pacientes. No entanto, a receita mensal era de R$ 800 mil, acarretando um déficit de R$ 350 mil mensais.

 

Suporte

De acordo com o diretor do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde), regional de Presidente Prudente, Jorge Yochinobu Chihara, há todo um acompanhamento com os hospitais que integram o órgão, inclusive com visitas e reuniões entre os representantes. Sobre as Santas Casas em questão, ele frisa que a de Martinópolis e Presidente Venceslau são integrantes do programa Pró-Santa Casa.

No entanto, esclarece que os recursos não foram transferidos este ano pela falta de documentação de ambas as repartições. Caso ocorresse, seriam os valores enviados seriam: R$ 378 mil para Venceslau e R$ 158 para Martinópolis, sendo que os repasses seriam em 12 vezes.

Já em Regente Feijó, Jorge esclarece que, como forma de auxiliar o hospital, o Estado assumiu alguns serviços. Entre eles, os partos que eram feitos na localidade, o diretor diz que foram direcionados para o Hospital Estadual, em Presidente Prudente, como forma de abater os gatos com o procedimento. "Um suporte que colocamos em prática", salienta.

 
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