Hospitais lutam para manter contas equilibradas

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 10/06/2018
Horário 08:41

Com gastos de remédios, folhas de pagamento, equipamentos e todos os outros aspectos necessários para manter um hospital em funcionamento, as santas casas de Álvares Machado, Martinópolis e Santo Anastácio “sobrevivem”. Apesar de sofrerem com alguns atrasos e falta de cumprimento de acordos, se encontram em uma condição equilibrada. “Ainda não fomos enforcados”, diz Érica Nendza, responsável pelo Setor Administrativo da entidade anastaciana.

Érica, que cuida do setor há 5 anos, conta que a situação nem sempre foi dessa forma. “Quando assumi a função, as finanças estavam terríveis, com dívidas imensas. Fomos fazendo acordos até dar uma pequena equilibrada, mas hoje não podemos comprar nada fora do orçamento. É complicado, mas com muita luta mantemos os salários em dia”, detalha.

Com repasses do SUS (Sistema Único de Saúde) e das prefeituras de Anastácio, Piquerobi e Ribeirão dos Índios, que totalizam R$ 327 mil, além de R$ 54 mil de convênios e campanha de doação, Érica conta que o hospital tem mantido um pequeno déficit desde janeiro, no valor de R$ 25 mil. O motivo, segundo ela, foi o baixo fluxo de caixa, como em todo início de ano, e o atraso de duas parcelas por parte de Ribeirão dos Índios. “É um dinheiro que está no orçamento, se não vem, complica”, frisa. Todavia, apesar da dificuldade, a entidade conseguiu iniciar uma reforma por causa de uma verba de R$ 23 mil recebida no fim do ano passado, por meio do Judiciário. “Com esse dinheiro estamos reformando os quartos do SUS”, conta.

Sobre o atraso no repasse de R$ 10 mil, o prefeito de Ribeirão dos Índios, José Amauri Lenzoni (PSDB), explica que o motivo foi um afastamento de 90 dias ao qual teve de se submeter por questões de saúde. “Só assinei a carta de subvenção quando retornei, mas, agora, tudo voltará ao normal e as parcelas que estiveram em atraso terão reembolso”, frisa.

Dar a volta por cima também é a atual situação da santa casa de Machado que, conforme notificado neste diário, no começo deste ano sofreu com falta de medicamentos e pagamentos atrasados. Agora, a situação é outra. Entretanto, a entidade passa por problemas com a falta de pagamento de um acordo firmado com a Prefeitura. “Nosso repasse, em 2018, é no valor de R$ 132,5 mil, e em todo fim de ano solicitamos uma quantia para pagar os salários referentes ao décimo terceiro. Neste ano, o combinado seria um acréscimo de R$ 8 mil em 10 parcelas para que suprisse isso”, explica o provedor Paulo Sérgio Delfin Machado. Conforme ele, o acordado era que a partir de maio o repasse municipal fosse pago com o aumento, porém, o Executivo municipal não teria honrado com o estabelecido.  

Em contato com a reportagem, a Prefeitura de Álvares Machado informou que a solicitação do termo aditivo foi encaminhada para a Secretaria de Saúde, que logo após encaminhou à comissão de avaliação e monitoramento para avaliar a solicitação. “Após a análise, foi encaminhado ao chefe do Executivo para avaliação, diante da disponibilidade orçamentária e financeira para o seu devido acordo e no fim de maio foi encaminhado ao Setor de Licitação para os devidos procedimentos, conforme os prazos”, informa, em nota.

No mesmo problema de atrasos e com uma dívida trabalhista que vem de 2016 - deixada pela antiga gestão -, a entidade de Martinópolis vive um mês de cada vez e está aos poucos colocando sua situação financeira nos eixos. Apesar de doações e eventos, a principal fonte de renda ainda são os repasses do SUS, e das prefeituras de Martinópolis, Indiana e Caiabu, que totalizam R$ 419.655 mil. Essas verbas servem para suprir um gasto mensal de R$ 475 mil. Porém, o município de Caiabu tem registrado constantes atrasos de pagamentos, chegando a uma atual marca de 60 dias sem repassar a verba de R$ 21,6 mil. O Imparcial tentou contato com a Prefeitura de Caiabu para uma explicação sobre os atrasos, mas não obteve resposta.

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