HR adquire 5 novas cadeiras para hemodiálise

Instalação dos equipamentos vai contemplar 23 pacientes que estão internados; prudentino relata experiência com a doença

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 09/03/2017
Horário 09:09


A Secretaria de Estado da Saúde atualmente investe cerca de R$ 500 mil no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente para a reforma e adequação do setor de hemodiálise e aquisição de cinco novas máquinas para o procedimento. De acordo com a pasta estadual, com a instalação dos equipamentos, a unidade passa a oferecer 30 novas vagas para pacientes com doença renal crônica, o que vai zerar o número de pessoas que aguardavam por uma máquina. Em agosto e setembro do ano passado, este periódico veiculou duas publicações sobre a defasagem de cadeiras. Na época, o hospital informou que oferecia 20 delas para 120 pacientes, enquanto 23 estavam na lista de espera.

Jornal O Imparcial Edson foi diagnosticado há um ano com doença renal crônica

A assistente social do Carim (Associação de Apoio aos Renais Crônicos e Transplantados), Elaine de Oliveira Almeida, está satisfeita com a aquisição, tendo em vista que muitos pacientes que estavam internados no hospital agora podem voltar para casa e serem tratados três vezes por semana em ambulatório. Em 2016, a associação promoveu duas mesas-redondas com o objetivo de expor as principais demandas dos portadores na região de Prudente. Além da obtenção de mais cadeiras, solicitaram a criação de um centro de referência e atendimento prioritário em outras especialidades, como a cardiologia, por exemplo.

Elaine expõe que, de momento, apenas uma foi atendida, no entanto, a entidade vai continuar lutando para concretizá-las. "Ainda falta vontade política. É por isso que este ano vamos realizar o 3º Fórum Municipal da Pessoa com Insuficiência Renal Crônica e Transplantada, com a finalidade de discutir junto aos governantes e autoridades os meios para proporcionar uma melhor qualidade de vida aos portadores", destaca.

 

Intertítulo

Edson Cruz de Oliveira tem 45 anos e há um foi diagnosticado com doença renal crônica, reflexo de uma diabete descontrolada. Uma vez que a descoberta se deu tardiamente, as tentativas de retardar o agravo da doença com o tratamento conservador foram nulas. Em três meses, ele foi internado para aguardar pela hemodiálise. Após um semestre, veio a boa notícia: o portador havia conseguido uma cadeira e poderia voltar para casa. Hoje, ele faz o tratamento pontualmente e se considera um sujeito de sorte. Todavia, o caminho foi árduo. "Ficar esperando vaga é difícil. A recomendação é que o doente renal crônico faça por semana três sessões de hemodiálise durante quatro horas. Em contrapartida, o internado faz apenas duas horas e meia e, muitas vezes, fica até cinco dias sem o procedimento, pois precisa esperar que a máquina seja ‘emprestada’", relata.

Edson ressalta que o paciente chega a melhorar e consegue "andar e brincar", mas necessita ficar "preso" no hospital. "Enquanto estive no leito, vivia nervoso e estressado. Quando consegui a cadeira, melhorou muito, porque você volta para o ambiente onde está familiarizado", enfatiza. O portador denota que obter o equipamento de hemodiálise depende de três condições: alguém mudar de cidade, receber o transplante ou falecer. "A infelicidade de um se torna a alegria do outro. A vida da gente é a cadeira", considera. Hoje, Edson adota um estilo de vida diferente em função da doença: não trabalha, não carrega peso e precisa manter uma alimentação diferenciada. Para não deixar a mente vazia, ele se ocupa com leitura, jogos de raciocínio e caminhada. Já o maior desafio encontrado é o preconceito. "A doença renal crônica é uma deficiência orgânica, portanto, temos direito na fila preferencial. Muitas vezes, as pessoas me encaram e se perguntam o que estou fazendo ali, na frente de idosos, como se eu fosse obrigado a expor publicamente o meu problema", pontua.

 
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