Com a chegada do penúltimo mês do ano, a temporada também é conhecida pelo Novembro Azul, época em que se intensifica a necessidade de cuidar da saúde do homem, no que tange à prevenção contra o câncer de próstata. Na principal unidade de saúde da região, o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente, os atendimentos referentes à doença, esse ano, cresceram 11%, em comparação com o mesmo período do ano passado. O intervalo analisado é entre janeiro e setembro.
De forma mais detalhada, o número subiu de 1.055 para 1.172, nos casos atendidos no ambulatório da unidade, respectivamente em 2017 e 2018. Mas a unidade de saúde garante que o número pode não significar que 1.172 homens foram até o local esse ano, até porque o retorno também é contabilizado como um atendimento singular.
Contudo, também pode significar, de certa forma, uma maior consciência na busca pelos cuidados relativos à doença. Isso vai de encontro com a análise do urologista Felipe de Paula, que atende a ala de oncologia do HRC (Hospital Regional do Câncer) de Prudente. “Hoje em dia, o tabu de realizar o exame já caiu por terra ou pelo menos vem com uma intensidade menor. Antes as mulheres levavam e hoje os homens vão por conta própria”, explica. Ainda de acordo com ele, é até comum que nessa época do ano, os consultórios fiquem “lotados”.
“Principalmente por ser uma doença assintomática, isto é, sem sintomas, a necessidade de ter um acompanhamento periódico é essencial”
Felipe de Paula,
urologista
Por conta disso, ele alerta que esse cuidado deve acontecer ao longo do ano todo e não só pela data alusiva. “Principalmente por ser uma doença assintomática, isto é, sem sintomas, a necessidade de ter um acompanhamento periódico é essencial”, pontua Felipe. E segundo o especialista, o acompanhamento preventivo inicia-se a partir dos 45 anos de idade, entretanto, se o indivíduo possui algum caso de câncer de próstata na família - em parentes de primeiro grau - é recomendado que o exame seja feito cinco anos antes.
E para a identificação da doença, há duas formas: a física, por meio do exame de toque retal, que dura menos de um minuto, ou através do PSA (Prostate-Specific Antigens), que faz a análise pelo sangue. Nesse último caso, o urologista destaca que a chance de identificar uma anomalia é de 70%. “Ou seja, a cada dez homens que optam pelo método, três que possuem a doença podem não ser identificados. Por isso, o correto é realizar os dois procedimentos, pois assim a eficácia é maior”, afirma.
O que o urologista ressalta é o cuidado com a doença. Ele reafirma que a patologia não apresenta sintomas, então quem não se cuida, muitas vezes vai sentir quando o estágio já tiver avançado. “Tem que fazer a prevenção, pois qualquer tipo de câncer que não é tratado, ele é sofrido”, enfatiza.
Ações municipais
Assim como todos os anos, o governo de Presidente Prudente argumenta que ações serão desenvolvidas durante o Novembro Azul. Por meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), serão intensificadas as atividades no sentido de sensibilizar o usuário masculino no cuidado e prevenção de doenças que atingem o publico.
Para a municipalidade, “a adesão masculina nas consultas médicas preventivas ainda é muito baixa, e por isso duas vezes ao ano as unidades de saúde da atenção básica realizam atendimento em horário diferenciado para atingir este grupo”. Geralmente ocorre nos meses de abril e novembro, sendo esse último propositalmente de encontro com a campanha.
“Este ano já realizamos uma ação no mês de abril nas nossas unidades com palestras de sala de espera, abordando problemas de saúde relacionados à saúde do homem, como problemas urológicos [ereção, impotência sexual, infertilidade, câncer de próstata e outros]”, complementa a Prefeitura. Em novembro, ainda sem data definida, será realizada novamente a ação, com consultas médicas, aferição de pressão, testes rápidos de HIV e sífilis, além de exames de rotina.
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NÍVEL NACIONAL
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o quarto tipo mais comum e o segundo mais incidente entre os homens. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. Somente esse ano, foram contabilizados pelo menos 68.220 novos casos.
Fonte: Inca (Instituto Nacional do Câncer)
