Ibama autoriza caça de javalis europeus na região

REGIÃO - Bruno Saia

Data 22/11/2015
Horário 08:13
 

O Sus scrofa scrofa (nome científico), mais conhecido como javali europeu, foi inserido no Brasil em 1989, se espalhou por diversos Estados e começa a preocupar as autoridades e também os produtores rurais da região de Presidente Prudente. De acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o animal está na lista das 100 "piores" espécies exóticas invasoras de todo o mundo e, por isso, o abate dos javalis é permitido, desde que o caçador possua uma autorização específica do órgão responsável. Sandovalina, Rancharia, Junqueirópolis, Iepê, Nantes e Dracena são algumas cidades onde eles podem ser encontrados sem dificuldade.

"Interessados podem realizar o manejo do javali, que se destina ao controle da praga, devendo observar a Instrução Normativa Ibama 03/2013 e demais normas pertinentes", aponta o órgão, por meio de nota, ressaltando ainda que mais informações sobre o tema estão disponíveis no endereço eletrônico do instituto. "O número de javalis no país pode aumentar caso não seja realizado o manejo adequado dessas populações, pois os javalis são animais fecundos que se reproduzem vigorosamente", revela o Ibama.

Diminuição e a morte de diversas espécies nativas da flora e risco à fauna, pois é predador de ovos e filhotes de outras espécies, são alguns dos danos que, de acordo com o Ibama, podem ser gerados pelos javalis. "Causam também a transmissão de doenças para os animais nativos, a aceleração do processo de erosão e o aumento do assoreamento dos rios", destaca o órgão federal.

"Além disso, o animais podem causar impactos sociais e econômicos, por meio do ataque a seres humanos e a animais domésticos, dos cruzamentos indevidos com porcos e da destruição de plantações em áreas agrícolas, bem como a transmissão de doenças para pessoas e para animais de criação", completa o texto, encaminhado pela Assessoria de Imprensa do Ibama.

 

Caça com restrições


"A caça foi liberada no Estado de São Paulo, mas, além da autorização do Ibama, que exige uma série de requisitos, é preciso também ter uma autorização do exército, caso a caça seja realizada com a utilização de arma de fogo", ressalta o médico veterinário Márcio José Florindo de Freitas, do EDA (Escritório de Defesa Agropecuária) de Presidente Prudente. Segundo ele, cachorros, armadilhas e até mesmo arco e flecha podem ser utilizados na caça destes animais.

Por meio de nota, a 3ª Companhia de Policia Militar Ambiental, que fiscaliza a região, confirma que "todas as pessoas físicas e jurídicas que realizarem o controle de javalis deverão estar previamente inscritas no CTF , de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais do Ibama". Com relação ao uso de arma de fogo, o órgão informa que ela deverá estar registrada no órgão competente e a autorização do exército é para o transporte do armamento, para o qual deverá ser solicitada uma Guia de Tráfego.

Uma cartilha sobre o tema, publicada pelo Ibama, ressalta ainda que queixadas e catetos, também chamados porcos do mato, são espécies nativas e não podem ser abatidos.

 

Peste suína clássica


Além disso, o veterinário explica que os caçadores, ou controladores, como também são chamados, são orientados a retirar uma amostra de sangue dos animais abatidos, que deve ser encaminhada para o EDA. "O objetivo com esta análise é verificar a presença da peste suína clássica, que já está erradicada nos animais comerciais ou de fundo de quintal, mas ainda pode ser encontrada nos porcos ou javalis selvagens", explica Márcio. "A análise destas amostras é um quesito para mostrar que o Estado está livre dessa doença", detalha.

 

USUÁRIOS CADASTRADOS


Em Dracena, aproximadamente 15 pessoas protocolaram um documento junto a Polícia Militar Ambiental do município, informando que já possuem o cadastro junto ao Ibama e estão autorizados a realizar a caça do javali. "Nesse caso, elas se anteciparam e protocolaram um documento avisando que receberam a autorização", explica o sargento da Polícia Militar Ambiental, Rosemiro Dias Felipe. "Já tem um bom tempo que temos relatos destes animais na região, mas o problema pode aumentar", ressalta. "Eles têm uma procriação muito acelerada, são grandes, muitas vezes agressivos e acabam destruindo plantações e causando um impacto ambiental", explica o sargento PM.
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