Inadimplência atinge 33,38% da população prudentina em setembro

Em Presidente Prudente, 33,38% da população estava endividada em setembro deste ano. Do total de 231.953 habitantes estimados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 77.442 prudentinos eram inadimplentes naquele mês, conforme os dados mais recentes divulgados pela Serasa Experian a O Imparcial. No mesmo período do ano passado, 71.905 pessoas estavam penduradas em dívidas, o que significa que a quantidade de devedores saltou 7,7% na cidade (veja os quantitativos por mês na tabela que acompanha este material).
O economista Moisés Martins aponta que os dados referentes ao município acompanham a situação de endividamento que perdura no país há anos, mas que se intensificou no pós-pandemia. Para ele, um dos grandes vilões do consumidor tem sido a facilidade do cartão de crédito, que o leva a adquirir um produto ou contratar um serviço sem planejamento e, posteriormente, ter dificuldades para o pagamento.
O economista Alexandre Bertoncello também destaca o risco do crédito, posto que, no momento em que o contribuinte tiver dificuldades para liquidar uma parcela, os juros ficarão maiores.

Uma pedra na roda

Moisés expõe que a inadimplência reduz o poder de compra do contribuinte, o que influencia diretamente na economia do município. “A economia é uma roda, portanto, é preciso que os consumidores gastem para que ela continue girando e a produção se mantenha adequada”, avalia.
Alexandre enfatiza o impacto do endividamento para o credor, que perde o seu capital de giro. “Quando possuem muitos devedores ou aumento da dívida, as empresas se descapitalizam. Então, quando buscam os bancos para conseguirem o capital de giro, o custo aumenta e, com isso, toda a operação encarece, inclusive os preços finais. Por isso, temos a sensação de que tudo está tão caro”, pondera.

O jeito é negociar

O conselho que os dois especialistas dão para o devedor é que busque seus credores e proponha formas de negociação. Segundo Moisés, as empresas e instituições financeiras estão abertas para esse tipo de relacionamento, uma vez que não querem perder seus clientes. “Não fuja. Vá e procure o que podem oferecer em termos de descontos e parcelamentos”, orienta.
Alexandre, por sua vez, adverte que, ao conseguir a negociação, o contribuinte não caia na armadilha de financiar outro produto ou serviço. “Há quem busque a negociação porque quer adquirir outra coisa, mas não consegue devido ao nome estar no Serasa”, relata, alarmando para o perigo dessa atitude. “A dica é tentar parcelar dívidas antigas da forma menos dolorida e preservar o recurso remanescente no orçamento, a fim de começar a ter um capital de reserva e, com isso, organizar a vida financeira”, ressalta.

Alerta vale para todos

Para quem está com os pagamentos em dia, o alerta também é necessário. Moisés recomenda que o consumidor compre apenas o necessário, faça o planejamento de sua receita e invista sempre na pesquisa de preços. “E quando houver a necessidade de obter crédito, é importante procurar sempre a empresa que ofereça a menor taxa de juros”, considera.
O economista Alexandre lembra que, ao pagar juros, o consumidor está vendendo o seu futuro. “Se, mais para frente, alguma coisa der errado, o contribuinte não vai conseguir honrar o compromisso que fez. É preciso tentar parcelar menos e comprar mais produtos à vista”, sintetiza.

Quantidade de inadimplentes em Prudente

Fonte: Serasa Experian