Inquérito do Gaema está próximo de ser concluído

A proposta dos ambientalistas, desde o início das obras de duplicação da SP-270, era que as duas pistas fossem separadas por um canteiro central e não pela mureta de concreto chamada “new-jersey".

REGIÃO - Bruno Saia

Data 03/09/2015
Horário 08:25
 

O Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), do MPE (Ministério Público do Estado de São Paulo), está próximo de concluir um inquérito que investiga as responsabilidades sobre as mortes de animais silvestres por atropelamento nas rodovias da região de Presidente Prudente, em especial na Rodovia Raposo Tavares (SP-270). "A intenção do inquérito é definir quais as medidas a serem tomadas para que seja possível extinguir ou reduzir muito o número de atropelamentos de animais silvestres nas rodovias da região", afirma o promotor Silvio Martins Barbatto.

Segundo ele, as investigações, que envolvem a Cart (Concessionária Auto Raposo Tavares) e a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), começaram a partir de uma representação da Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar) protocolada em março de 2013, que denunciou as condições da via. "A maioria dos dados já foi coletada e o inquérito será concluído em breve e pode levar a um acordo com os responsáveis pela estradas ou a uma ação do MPE contra os responsáveis", destaca o promotor do Gaema.

Jornal O Imparcial Inquérito visa definir ações para extinguir atropelamentos de animais silvestres na região

A proposta dos ambientalistas, desde o início das obras de duplicação da SP-270, era que as duas pistas fossem separadas por um canteiro central e não pela mureta de concreto chamada "new-jersey". "Os canteiros garantem uma melhor drenagem da água, além de conforto visual e uma área de escape para os veículos em caso de eventual necessidade de sair da pista", afirma o presidente da Apoena, Djalma Weffort. "Além de permitir a passagem da fauna, as rodovias mais seguras do Estado possuem o canteiro central e não o ‘new-jersey’", completa. "Agora que o estrago já está feito, o que resta é identificar os pontos críticos e construir passagens subterrâneas", conclui o ambientalista.

 

Medidas adotadas


Questionada sobre o tema, a Cart informa que vem desenvolvendo um programa de proteção à fauna silvestre e de segurança aos usuários da rodovia. "Faz parte desta ação a implantação de passagens de fauna, que são túneis construídos ou adaptados, sob o asfalto, para permitir que os animais possam circular sem que tenham que necessariamente cruzar a pista", expõe. Para guiar os animais até uma passagem subterrânea segura, nos trechos de passagens de fauna, são instaladas telas margeando a faixa de domínio, em ambos os lados, completa a concessionária. "A função da tela é evitar que os animais silvestres entrem na faixa de domínio da rodovia. Uma vez na faixa de domínio, o animal corre risco de atropelamento independentemente se a separação do fluxo de veículos de sentidos opostos for barreira rígida do tipo ‘new-jersey’ ou canteiro central", destaca nota enviada pela Cart.

A Artesp reforça a informação de que já foi adotada e está em desenvolvimento uma série de medidas para minimizar acidentes envolvendo animais silvestres. "A agência também já realizou, a pedido do Ministério Público, aperfeiçoamento do projeto de duplicação da SP-270, com aumento no número de passagens de fauna", completa o texto da agência.
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