Muitas amam, dizem que as pessoas ficam mais elegantes. Outros, literalmente, detestam. E assim teve início nesta terça-feira, às 6h14, o inverno, que se estende até às 22h04 do dia 22 de setembro. Para quem adora aquela chuvinha, o professor de Agrometeorologia da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Alexandrius de Moraes Barbosa, adianta que há previsão de chuvas sim para a região nesta nova estação, bem como novas ondas de frio, mais acentuadas, como pelo menos a que passou pela região recentemente.
“No entanto, nessa estação as chuvas ficam mais espaçadas, pouco abaixo da normalidade na região, sendo frequente a ocorrência de estiagens com mais de 30 dias sem. O inverno do oeste paulista é caracterizado pelo período de menor precipitação, com episódios de estiagem. A chuva acumulada histórica do período nesta região do país é de 187 mm [milímetros]. Para este inverno, a previsão é de que a precipitação acumulada fique entre 100 a 150 mm”, reforça o professor.
Sobre as ondas de frio, em estudo realizado na Unoeste, ele menciona que observou-se que 82% das mínimas mais baixas da região ocorrem entre o final de junho aos primeiros dias de agosto. Por exemplo, há a previsão da entrada de uma nova massa de ar polar no fim de junho.
“A temperatura média do inverno é de 22,4°C, com mínimas próximas a 16,5°C e máximas de 28,4°C no oeste paulista. O prognóstico do inverno de 2022 é de que as temperaturas fiquem pouco acima da normalidade”, adianta o professor.
O professor explica que o inverno deste ano, no oeste paulista, prognóstico realizado com base nos modelos dos institutos C3S (Copernicus Climate Change Service) e o NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), ainda será influenciado pelo fenômeno La Niña.
Fenômeno climático este que ocorre devido ao resfriamento (águas mais frias que a normalidade) do Oceano Pacífico. Conforme dados do IRI/CPC (International Research Institute for Climate and Society), o próximo trimestre (julho a setembro) será caracterização pela ocorrência do La Niña de fraca à moderada intensidade.
Os efeitos desse fenômeno no Brasil, confirmados pelos prognósticos dos institutos, indicam chuvas abaixo da normalidade na região Sul e acima da normalidade do extremo Norte do país. “Logo, devido à proximidade do oeste paulista com a região Sul do Brasil, é esperado que o inverno seja com chuvas pouco abaixo da normalidade”, reforça o agrometeorologista.
Perguntado ao professor Alexandrius por que nas cidades que ficam mais próximas a rios, represas ou balneários as temperaturas tendem a ser mais frias, ele explica que onde se localizam rios e represas, normalmente são áreas de topografia mais baixa. “E como o ar frio é mais denso, ele acaba se deslocando para essas regiões mais baixas”, salienta o professor.
Foto: Unoeste/Clima
Prognóstico de precipitação total e temperatura prevista de julho a setembro
Foto: Arquivo/O Imparcial
Nova estação pode ser marcada com chuvas pouco abaixo da normalidade