Já pensou ficar sozinho na velhice?

OPINIÃO - Sergio Munhoz Pereira

Data 22/10/2025
Horário 05:00

Foi-se a época onde as famílias eram numerosas. O número de filhos era acima de uma dezena. Era a força mecânica da lavoura. Trabalho árduo.
Famílias construídas desde bisavós, avós, pais, filhos, noras, genros, netos, primos, praticamente morando todos próximos uns dos outros na zona rural, ou mesmo numa pequena cidade.
Isso trazia segurança para aqueles que envelheciam, pois sempre havia um membro solteiro, sem filho ou mesmo alguém que perdera o seu cônjuge que iria acolhê-lo. Vivi uma parte desta época quando criança.
Com o processo de urbanização, as famílias foram diminuindo, diminuindo e, aos poucos, já não havia  muita gente. Ficaram praticante os avós, os pais e uns poucos filhos. Todos foram morar nas cidades.
Já na cidade, não demorou muito para que pais constituíssem poucos filhos, um ou dois no máximo. O que se notou é que o espaço social e a importância dos avós foram diminuindo, ficando muitas vezes isolados dentro da sua própria casa.
Todos envelhecem e, no processo de envelhecimento, as doenças aos poucos vão trazer dificuldades e limitações para os idosos e diminuírem sua autonomia e independência.
A insegurança aumenta dia após dia para quem tornou-se idoso, pois agora eles ficam sozinhos em casa ou outras vezes quando todos os membros trabalham, o vovô ou a vovó ficara numa instituição de linda permanência.
O medo de ficarem sozinhos traz solidão e, em muitas ocasiões, depressão. Eles passam a ter medo de morrerem sozinhos e abandonados.
Nem sempre é fácil conciliar saúde física, saúde emocional e saúde espiritual na terceira idade, mas a família pode ajudar.
O acompanhamento diário e contínuo de familiares ou mesmo de cuidadoras faz com que idosos sintam-se mais protegidos e amparados, melhorando a saúde mental e afastando o medo de morrerem sozinhos.
A conscientização familiar em valorizar seu ente querido soma-se às políticas públicas empregadas,  fornecendo estrutura para socialização e desenvolvimento social daqueles que já estão na terceira idade.
Se você já está sozinho e passou dos 60 anos, não continue, procure apoio de grupos no seu bairro, na sua família, na igreja, pois a solidão, o medo e a raiva são os três piores ingredientes. 
 

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