Técnica considerada a mais eficaz para reduzir a emissão de fumaça e resfriar o material incandescente que persiste na área de descarte irregular de resíduos, na Vila Furquim, em Presidente Prudente, o encharcamento do solo seguirá sendo feito por todo o final de semana. A informação é do 14º GB (Grupamento de Bombeiros), que integra a força-tarefa no local, e revela que o volume de aproximadamente 300 mil litros de água será despejado no espaço, diariamente, conforme o cronograma de apoio logístico e operacional do Pame (Plano de Auxílio Mútuo em Emergência).
“A estratégia atualmente adotada consiste na abertura de uma vala contínua com cerca de três metros de largura por dois metros de profundidade, ao longo do talude do terreno, possibilitando o encharcamento do solo e a infiltração da água até as camadas subterrâneas onde persiste a combustão”, detalha a corporação, que ainda explica que, apesar de não haver mais chamas visíveis no local, o material depositado em profundidade - composto por restos de madeira, tecidos, papéis, espumas e outros resíduos sólidos - continua em combustão subterrânea, ocasionando a liberação de fumaça densa e de odor forte, com características tóxicas em virtude da mistura de materiais.
A operação é realizada de maneira integrada, com apoio da Prefeitura Municipal, Defesa Civil, concessionárias de rodovias, usinas da região e empresas integrantes do Pame. “As equipes seguem monitorando constantemente o local, com o objetivo de extinguir completamente o incêndio subterrâneo e minimizar os impactos à comunidade vizinha”, ressalta o 14º GB.
“O Corpo de Bombeiros reforça que a situação permanece sob controle, com redução progressiva da fumaça, e que a continuidade dos trabalhos depende de acompanhamento técnico constante, devido à complexidade do terreno e à profundidade do material em combustão”, ainda prossegue.
Orientações à comunidade
Questionado pela reportagem sobre os cuidados com a comunidade que vive no entorno do local, palco da ocorrência, o 14º GB enfatiza que o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil têm orientado os moradores sobre a natureza do evento e reforçado a importância de evitar aproximação da área afetada, especialmente em períodos de maior emissão de fumaça.
“As equipes permanecem no local e seguem atuando para minimizar os impactos à população. Por se tratar de um incêndio subterrâneo, em material heterogêneo e de grande profundidade, não há como determinar uma data exata para a extinção completa. Entretanto, a fumaça vem diminuindo gradualmente, e as ações em andamento devem manter essa tendência de redução contínua até a completa extinção do fogo em profundidade”, finaliza a corporação.
SAIBA MAIS
Chamas persistentes
Como noticiado neste diário, técnicos do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) – Núcleo Pontal do Paranapanema do MPE (Ministério Público Estadual) elaboram um parecer sobre o atual cenário na área, que exala fumaça possivelmente tóxica desde o dia 12, decorrente da queima em profundidade de inservíveis em um depósito clandestino de entulhos. A intenção, conforme o promotor, Gabriel Lino de Paula Pires, é de, com os apontamentos do documento, o Gaema possa então exigir dos órgãos envolvidos todas as medidas técnicas necessárias para sanar o problema, bem como, responsabilizar os culpados. A persistência da emissão dos gases levou a escola do Sesi (Serviço Social da Indústria), localizada em área vizinha ao imóvel atingido pelo incêndio, a suspender as aulas presenciais na unidade e adotar o ensino remoto, desde quarta-feira. Escolas municipais situadas no entorno também tiveram suas atividades canceladas até esta segunda-feira.
