Lazer, trabalho e as empresas onde estão?

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 09/03/2022
Horário 04:30

São 9h35 de um sábado pós-carnaval, indo à padaria perto de casa. Na ida sempre me deparo com o Sr. Felix Ernandes Peral, 67 anos, aposentado e ex-motorista da Caiuá, (antiga concessionária de energia elétrica de Presidente Prudente). Lá está o Sr. Felix, praticamente todos os dias varrendo sua calçada. Observador e sempre na expectativa de quem passa pela rua. 
Ali paro, aliás, ele me chama, pois o seu bom dia sempre me convida a parar para batermos um papinho de bons camaradas. Eu o conheço já algum tempo, mas sempre no olá! Bom dia! Como vai...? E a vida...? E as coisas?! Mas, dessa vez nosso nobre Sr. Felix quis fazer sua parada obrigatória. Transpirando muito devido o forte calor e seu trabalho, simples de fazer um esforço de movimentos de braços e pernas, no vai e vem da vassoura para todos os cantos da calçada.
Na verdade, sua intenção em me chamar seria um desabafo, algo que o incomoda já algum tempo e que todos vivenciamos em nossa cidade. Quando pode, sempre anda pela cidade e observa o quanto ela cresceu, se desenvolveu, mas que uma parte dela ficou esquecida, se perdeu no tempo e ficamos à mercê que talvez só no futuro possa retornar. 
Seu primeiro comentário seria a falta de lazer que muitos de nós não temos mais, pois sempre cita a Cidade da Criança, e como referência os eventos e atrações que ali vivenciou, onde a natureza amiga sempre nos recebeu de braços abertos. Os animais, seus parques, as piscinas que mesmo durante a semana ficavam abertos para receber as pessoas. Um verdadeiro convite, principalmente aos nossos ilustres conterrâneos da nossa região, hoje fechada e lamenta sua subutilização. E como fica o investimento feito? E como fica o investimento que necessariamente precisa se manter? 
Outro lugar fantástico que a natureza sempre se propaga, o Balneário da Amizade. Tão pertinho de todos nós, mesmo tendo seu visual lindíssimo seria impossível poder fazer uso da água com alguma atividade. Muitos deixam de se deslocar até a cidade de Presidente Epitácio ou Martinópolis com suas águas e pousadas, devido o custo do combustível e do pedágio. Nossa população fica carente de seu lazer durante os finais de semana. Empresas que mesmo perto de nós, acabam se transferindo para outros polos devido o custo de seus impostos estarem bem menores que por aqui. Não se cria ou tenha alternativas aos nossos jovens aprendizes, que necessariamente precisão se capacitar e não têm sua primeira experiência de algum trabalho nas empresas. 
E de olhos arregalados transpirando devido ao intenso calor, me olha e me cutuca: por que empresas foram embora e outras quando chegam não se perpetuam por muito tempo por aqui? Seu Félix, dentro de sua visão contribuiu muito através de um serviço já realizado algum tempo, nos adverte e nos sensibiliza do quanto se preocupa com o crescimento de uma cidade que está sempre em evolução, mas que precisa de muita atenção e dedicação de nossos governantes. 
 

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