LumiBot, o robô que usa luz para fazer diagnóstico precoce de doença em algodão e soja

Cristiano Machado

COLUNA - Cristiano Machado

Data 16/10/2025
Horário 07:00
Foto: Wilson Aiello/Embrapa
Robô usa a técnica de imagem de fluorescência para avaliar mudanças metabólicas das plantas causadas por estresses bióticos e abióticos
Robô usa a técnica de imagem de fluorescência para avaliar mudanças metabólicas das plantas causadas por estresses bióticos e abióticos

Um sistema robótico autônomo, que opera à noite, batizado de LumiBot, é capaz de gerar dados que permitem a construção de modelos para fazer o diagnóstico precoce de nematoides em plantas de algodão e soja antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Comdeagro (Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio), de Mato Grosso, o LumiBot emite luz ultravioleta-visível sobre as plantas e analisa a fluorescência capturada nas imagens das folhas, com câmeras científicas.
A cotonicultura e a sojicultura têm enorme relevância econômica para o país, com previsão de recorde de safra no período 2025/26, com 4,09 milhões de toneladas de pluma e 177,67 milhões de toneladas de grãos de soja, segundo estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). No entanto, as duas culturas enfrentam a ameaça do parasita microscópico de 0,3 a 3 milímetros de comprimento.

Taxas de acerto acima de 80%
O robô é um protótipo, mas já registra resultados promissores no diagnóstico de infecção por nematoides em experimentos realizados em casa de vegetação, com cerca de 7 mil imagens coletadas em três anos de pesquisa.
“Conseguimos gerar dados e modelos com taxas de acerto acima de 80%, além de diferenciar as doenças do estresse hídrico”, conta a pesquisadora Débora Milori, coordenadora do estudo e do Lanaf (Laboratório Nacional de Agrofotônica).
A próxima etapa do estudo será o desenvolvimento de um equipamento para operação em campo, como, por exemplo, adaptar o aparato óptico em um veículo agrícola do tipo pulverizador gafanhoto ou veículo rover.

Apresentação do robô durante o Siagro
O LumiBot será apresentado no Siagro (Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária), que será realizado de 14 a 16 de outubro, no Lanapre (Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão), localizado no Campo Experimental em Automação Agropecuária, da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP).  (Por Joana Silva, da Embrapa Instrumentação)
Confira na íntegra no www.norteagropecuario.com.br 

Foto: Wilson Aiello/Embrapa

As imagens são capturadas com câmera científica RGB, que reproduz cores com alta precisão, fidelidade e consistência

A tecnologia para detecção de doenças
O LumiBot leva embarcado a técnica fotônica de Imagem de Fluorescência Induzida por LED (diodo emissor de luz). A LIFI, na sigla em inglês, é uma técnica não destrutiva que permite uma aquisição rápida de dados de processos fisiológicos da planta por meio de uma imagem. O robô coleta os dados, que são processados por algoritmos treinados para reconhecer padrões em imagens, a partir dos quais são construídos modelos associados a doenças específicas.
A captura das imagens, realizada em apenas sete segundos e de forma simultânea à iluminação, ocorre em ambiente escuro para evitar a atividade fotossintética da planta e eliminar interferências de outras fontes de luz no sinal de fluorescência registrado pelas câmeras.
O robô se desloca por meio de trilhos presos no piso entre as fileiras dos pés de algodão, avaliando as folhas com um feixe de luz de alta intensidade. 

Tecnologia e conhecimento 

“Atualmente, na média, uma em cada cinco vacas no Brasil é inseminada. Nosso desafio é ampliar esse número, levando mais tecnologia e conhecimento para o campo. Com touros de qualidade, centrais bem estruturadas e pecuaristas comprometidos com o manejo responsável, a pecuária brasileira tem tudo para continuar avançando com mais produtividade, sustentabilidade e reconhecimento global”. 
Lúcia Rodrigues, doutora em Medicina Veterinária pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), no artigo intitulado “O que aprendi em 30 anos dentro de uma Central de Genética Bovina”. 
Confira na íntegra no www.norteagropecuario.com.br 

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