Mãe. Para sempre... 

Iracema Caobianco Silva

CRÔNICA - Iracema Caobianco Silva

Data 07/05/2022
Horário 07:08

Quando nos tornamos mãe, a dimensão do amor à nossa mãe se eleva num amadurecimento além do que já sentíamos. 
As nossas lembranças tornam se tão frequentes e nos lembramos de cada atitude de carinho pelo zelo, cuidado, preocupação que elas tiveram conosco. 
E depois que a perdemos então, podemos senti-la espiritualmente com as nossas conquistas e vitórias e daríamos tudo para tê-la do nosso lado, compartilhando as pequenas felicidades que vamos recebendo. 
Assim, vamos nos tornando a mãe dedicada e cheia de desvelos. E quando chegam os netos então? Aí sim, este amor incondicional se multiplica em cada abraço e nunca mais queremos sair destes braços que nos apertam sufocando nossa respiração. 
Nosso filhos, sabemos, como nos ensina Calil Jubran: “Teus filhos não são teus filhos. Eles vêm de Deus através de você”. Mas queremos tê-los perto, queremos aquelas crianças eternas em nossa alma, espírito mente e coração... Queremos que seja eterna a nossa permanência para usufruir deste amor e acompanhar nossos filhos em toda sua plenitude. 
Algumas pessoas criticam severamente outras porque estas relembram constantemente as atitudes da mãe, seus ensinamentos, uma sabedoria soberana que permeia nossa vida. 
Dizem elas: - Você não enterrou sua mãe! Enterre-a de vez. 
Estas pessoas não merecem uma resposta porque elas jamais entenderiam a dimensão deste imensurável amor. Porque mãe está em nossa memória afetiva, está na construção do amor maior e que nos faz capaz de dar continuidade nesta construção de amor para com nossos filhos e todo aquele que Deus nos confia a cada dia. 
Carlos Drummond de Andrade nos mostra o significado deste amor através de seu poema “Para sempre”: 

Porque Deus permite / Que mães vão se embora/Mãe não tem limite 
É tempo sem hora/Luz que não se apaga/Quando sopra o vento 
E chuva desaba/Veludo escondido/Na pele enrugada 
Água pura, ar puro/Puro pensamento/Morrer acontece 
Com o que é breve e passa/Sem deixar vestígio/Mãe, na sua graça 
Eternidade/Porque Deus se lembra/Mistério profundo 
De tirá-la um dia?/Fosse eu rei do mundo/Baixaria uma lei 
Mãe não morre nunca/Mãe ficara sempre/Junto de seu filho 
E ele, velho embora/Será pequenino/Feito grão de milho. 
Porque mãe é para sempre... 


 

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