Cerca de 7 milhões de brasileiros sofrem com secas e estiagens, segundo a mais recente Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). É como se todos os moradores de Goiás enfrentassem falta de água - é o dobro da população do Uruguai.
Enquanto isso, o planeta registrou em fevereiro o nono mês seguido de temperatura recorde. Faz quase um ano que a Terra bate uma marca preocupante - nunca esteve tão quente, e isso tem afetado cada vez mais o ciclo de chuvas.
Por isso, neste Dia Mundial da Água, 1,2 milhão de paulistas têm motivo para celebrar: passam a contar com 78 novos poços, que ampliam a oferta de água em suas casas. Em alguns locais, eles colocam fim ao racionamento; em outros, permitem a expansão do comércio e da indústria e, dessa forma, a criação de empregos.
É fruto de um investimento de R$ 85,4 milhões do DAEE, o órgão regulador dos recursos hídricos no Estado de São Paulo. Essas estruturas captam água dos aquíferos subterrâneos para que ela seja tratada e distribuída.
Na área de Presidente Prudente, vamos beneficiar quase 130 mil moradores de Irapuru, Junqueirópolis, Ouro Verde, Pacaembu, Presidente Venceslau, Rancharia e Tupi Paulista. As novas captações podem gerar 221 mil litros de água por hora.
A iniciativa integra o UniversalizaSP, programa coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística para garantir mais água aos paulistas e auxiliar as prefeituras a anteciparem a universalização. O Brasil estabeleceu a meta de garantir água potável a todos os brasileiros até 2033, enquanto o Estado de São Paulo se propôs a antecipá-la para 2030. Se devemos lamentar que ainda haja brasileiros lutando para ter água em casa, é dever do poder público acabar com essa mazela. A utilização responsável dos aquíferos em São Paulo é mais um passo para isso.
As ações foram projetadas em parceria com os municípios. Aliás, parceria é uma palavra fundamental, pois são as prefeitas e prefeitos que sabem onde a situação é mais crítica. Com base nessas demandas, o DAEE faz os estudos, projetos, a perfuração do poço e instala bombas e reservatórios. A partir daí, as prefeituras e as concessionárias de saneamento colocam a estrutura em operação e passam a distribuir a água.
Assim, este Dia Mundial da Água traz boas novas, mas também nos dá a oportunidade de olhar para o futuro. De acordo com o Relatório de Recursos Hídricos da ONU (Organização das Nações Unidas), 99% da água doce no mundo está no subsolo. A previsão é que o uso de água subterrânea cresça 1% ao ano até 2030. Ao concluir os novos poços, o DAEE entrega aos paulistas mais segurança hídrica e mais qualidade de vida, com a necessária responsabilidade para gerenciar o uso desse bem precioso.
Enxergar riscos e antecipar soluções são vitais para evitar que falte água no futuro. Aliás, não existe programa social melhor do que acelerar o crescimento econômico dos municípios paulistas, gerando empregos e renda. Nesse círculo virtuoso, a água é um elemento fundamental.
