Mais um mês da mulher para reforçar a luta pela igualdade de gênero

OPINIÃO - Sofia Rodrigues do Nascimento

Data 18/03/2023
Horário 05:00

Falar da mulher neste mês de março, quando o planeta volta seus olhos à figura feminina, é tarefa difícil. Não por falta de dados sobre o papel e o protagonismo que todas, sem exceção, desempenham na sociedade. São mães, irmãs, tias, avós, filhas, netas e, profissionais. São guerreiras.
São também maioria em número, mas minoria em direitos, compensação financeira e reconhecimento profissional. Segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de 2021, o número de mulheres no Brasil é superior ao de homens. A população brasileira é composta por 48,9% de homens e 51,1% de mulheres.
E elas têm presença marcante também no mercado de trabalho. Segundo pesquisa Ipea (2019), a presença feminina já era de 61,6% em 2015, número que pode atingir 64,3% em 2030. Entretanto, o mesmo estudo mostra que apesar do maior número de mulheres trabalhando no país, são grandes as diferenças entre a participação de homens e mulheres no mercado de trabalho. E a disparidade salarial entre ambos é um dos pontos que mais pesa. A legislação avançou, as empresas procuram ter programas que combatam a discriminação de gêneros, mas ainda há muito trabalho a ser feito.
O papel social e cultural imposto às mulheres como as principais responsáveis pelos cuidados familiares e domésticos é, certamente, o que mais pesa. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que as mulheres negras sofrem ainda mais e recebem 44,4% da renda média dos homens brancos que ocupam o topo da escala de remuneração no Brasil. Ainda é preciso relembrar que elas seguem com maior carga de trabalho, já que normalmente acumulam as funções profissionais com as domésticas. 
E onde estamos nós, trabalhadoras da saúde?  Somos um retrato do que mostram as pesquisas. No setor da saúde, as mulheres são maioria, representando perto de 80% dos profissionais que atuam na área. Também tende a prevalecer as de cor preta.
O fato é que temos potencial, capacidade e muitos outros bons adjetivos para conquistar o que almejamos. Mais que uma data comemorativa, o Dia Internacional da Mulher é uma data para a sociedade refletir sobre a condição feminina no mundo, entender e aceitar a igualdade entre mulheres e homens, sem que as diferenças biológicas sejam pretextos para diminuir o valor da mulher.
No artigo que escrevi no ano passado sobre o Dia da Mulher, citei como exemplo a imortal cantora Elza Soares, que pede para as mulheres não se calarem diante do machismo, do racismo e da violência física ou psicológica.
Pois, repito: mulheres, não se calem, se apoiem e sigam buscando a evolução dos seus direitos. É uma luta que travamos todos os dias, seja na administração de um lar ou no ambiente de trabalho. Sei que é jargão, mas somos guerreiras e não podemos baixar a guarda. Nosso dia, são todos os dias.
 Parabéns, mulheres!! 
 

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