Manifesto ganha força e ato deve ser repetido

“O povo, unido, jamais será vencido".

PRUDENTE - Elaine Soares

Data 17/03/2015
Horário 07:51
 

O manifesto estava marcado para às 9h, mas antes mesmo deste horário, brasileiros começaram a ocupar o gramado do Parque do Povo de Presidente Prudente no domingo. Vindos de todos os lados, sozinhos ou acompanhados, de rosto limpo ou pintado, a massa verde e amarela tomou forma e, segundo a PM (Polícia Militar), somou 5 mil pessoas que clamaram por um Brasil livre de corrupção, por reforma política e, parte delas, ainda pediu o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O movimento que teve início nas redes sociais ganhou força e adeptos. Representantes de diversos segmentos da sociedade se fizeram presentes e utilizaram o microfone para expor suas demandas. Famílias inteiras acompanharam o ato que foi, praticamente, o programa de domingo para uma população insatisfeita com os governantes. Organizados e pacíficos em todo o tempo, os manifestantes mostraram que não é preciso a força do braço para se fazer entendido. Segundo a organização do manifesto, este foi apenas o primeiro ato de uma "guerra" que terá várias batalhas. Uma próxima data deve ser agendada e divulgada na internet. Cogita-se o dia 12 de abril. Na região, outras 3,6 mil pessoas foram às ruas em oito cidades.

Jornal O Imparcial Segundo a PM, cerca de 5 mil pessoas participaram em PP

Um palco improvisado virou palanque em uma manhã histórica para todo o Brasil. De acordo com a "Folhapress", foram 1,7 milhão de vozes espalhadas em 152 cidades, incluindo Brasília (DF) e capitais de 25 Estados. O palanque, porém, não foi usado por políticos. Na ocasião, os cidadãos ouviram atentos ao discurso de lideranças que estavam do mesmo lado da multidão.

Os caminhoneiros foram os primeiros a serem representados e sua liderança retomou o motivo da paralisação recente que pediu melhores condições à categoria e também a baixa no valor do litro do óleo diesel. Em seguida, o presidente da 29ª Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Prudente, Rodrigo Lemes Arteiro, se pronunciou. "O poder emana do povo. Os representantes políticos só fazem exercer um poder que nós legitimamos. Por isso, temos que nos manifestar", observou.

Críticas ao atual governo também emanaram do discurso da representante da regional prudentina da APM (Associação Paulista de Medicina), Marisa Lopes Miranda. O povo ainda levantou brados de apoio às palavras da jornalista Neusa Matos; da liderança da UEPP (União das Entidades de Prudente); e do presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antônio Nabhan Garcia, que após uma efusiva manifestação levou o público a unir vozes em um verso conhecido: "O povo, unido, jamais será vencido".

Outros ainda conduziram os pedidos que, em geral, culminavam em um ponto central: a aversão à corrupção. Ao menos, era o que a maioria dos cartazes exibia: "cadeia para corruptos", "o Brasil exige respeito", "fora corruptos", entre outros dizeres. O Hino Nacional foi entoado por duas vezes durante o ato.

Além das entidades já citadas, outros segmentos da sociedade ainda foram representados na ocasião, como um grupo, uniformizado, incentivado pela maçonaria. O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) foi representado por seu diretor regional, Wadir Olivetti Júnior, que levou a família ao Parque do Povo. "Estamos todos indignados com o excesso de corrupção que está destruindo as empresas mais importantes do Brasil", reclama. Pelo gramado também foi possível ver representantes do poder público municipal.

Vale citar que, embora a PM tenha sinalizado os 5 mil presentes, a organização do ato divulgou a participação de 10 mil pessoas e comemorou. "Graças a Deus deu tudo certo. Estamos já pensando no próximo, pois o movimento ganhou força no caminho", frisou a estudante Daniele Thaís Silva, 20.

 

Na região


Em oito cidades da região, parte da população também fez questão de ir às ruas pedir contra a corrupção e o governo atual. Segundo a Polícia Militar, em Dracena e Presidente Venceslau houve o maior número de concentrados, em torno de 1,2 mil e 1 mil, respectivamente. Álvaro Carlos Silva, 58, coordenador do ato em Venceslau apontou participação de 500 pessoas a mais do que o declarado pela PM. Na cidade, foi realizada uma passeata pelas ruas centrais. Durante o percurso, muitos usaram o microfone para protestar.

Ainda conforme o policiamento, aproximadamente, 300 pessoas se reuniram em Regente Feijó e 200 em Adamantina - a organização divulgou 300 – onde motociclistas e ciclistas apoiaram o ato.

Já em Junqueirópolis, a polícia registrou cerca de 200 manifestantes e ainda 300 em Osvaldo Cruz, 80 em Presidente Epitácio e 80 em Santo Anastácio, totalizando 8,6 mil pessoas em toda a região, considerando Prudente. Não houve ocorrências em quaisquer destes municípios.
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