O governo do Estado, em uma parceria com a Prefeitura de São Paulo, desencadeou recentemente uma intervenção na região denominada de cracolândia, no centro de São Paulo, que mobilizou 900 agentes das polícias militar e civil e resultou na prisão de 51 pessoas, além da remoção de usuários daquele local.
A força da operação voltou a inserir o crack nos centros de debate e meios de comunicação e trouxe luz a um problema que não é restrito apenas às grandes cidades, mas encontra-se entranhado no cotidiano das médias e pequenas cidades, bem como nas zonas rurais.
Para certificar-se disso, não é preciso ir muito longe. Uma reportagem publicada por O Imparcial nesta semana mostrou que, na região de Presidente Prudente, composta por 53 municípios, nove deles apresentam alto índice de problemas relacionados ao consumo de crack. Esse cenário é exposto pelo Observatório do Crack, do portal da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), que traça um mapa da existência e intensidade da drogadição no território brasileiro. Figuram na lista vermelha Álvares Machado, Dracena, Irapuru, Martinópolis, Osvaldo Cruz, Pacaembu, Presidente Epitácio, Presidente Venceslau e Teodoro Sampaio.
O número parece pequeno, porém, é preocupante, considerando que algumas das cidades apontadas contam com baixa densidade demográfica. Logo, as políticas públicas não deveriam encontrar barreiras no combate ao problema. Até mesmo porque, tais iniciativas existem, conforme apresentado pela reportagem. Os três municípios ouvidos destacaram a disponibilidade de serviços voltados ao atendimento de dependentes químicos, como acompanhamento, aconselhamento, internações e parcerias com outros setores da rede socioassistencial, tais como Conselho Tutelar, Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e Creas (Centro de Referência Especializada de Assistência Social).
O que se percebe, todavia, é que apenas as ações de assistência psicossocial não bastam, é necessária a integração de todas as frentes para que o trabalho não seja descontinuado. Isso inclui também a força policial, as equipes que atuam na prevenção do problema e, por último, porém não menos importante, o apoio familiar, já que a eficácia do tratamento não depende só do sistema de Saúde, mas do interesse e disposição do usuário.