Máquina quebrada afeta descarte no lixão de PP

Por parte dos motoristas de empresas de caçamba, a reclamação é que, não tendo onde despejar os detritos, não terão como prestar serviços.

PRUDENTE - Alana Pastorini

Data 17/04/2014
Horário 07:55
 

Filas de caminhões de entulhos e de materiais orgânicos se aglomeraram na tarde de ontem, na entrada do lixão de Presidente Prudente. Isto porque das duas máquinas de esteiras usadas para empurrar o lixo, abrindo caminho ao descarregamento, uma está quebrada. O clima era de tensão entre os catadores de recicláveis e motoristas da Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento). Caso não haja o conserto do equipamento, os trabalhadores informais ameaçam impedir a entrada dos caminhões na manhã de hoje. Estes por sua vez, dizem que se forem impedidos de entrar, descarregarão os entulhos do lado de fora do lixão. O espaço funciona 24 horas por dia e recebe todo o tipo de resíduos.

Jornal O Imparcial Com máquina quebrada, lixo é acumulado na entrada do lixão

A reportagem esteve no local conversando com ambas as partes. Do lado dos coletores, que trabalham de forma irregular na área, - visto que segundo TAC (termo de ajustamento de conduta) firmado entre o MPE (Ministério Público Estadual) e a Prefeitura de Presidente Prudente, em 2009, eles não podem mais exercer suas funções no espaço -, a situação atrapalha porque os compradores de materiais recicláveis não podem adentrar no local para adquirir os itens, devido o lixo aglomerado. Por parte dos motoristas de empresas de caçamba, a reclamação é que, não tendo onde despejar os detritos, não terão como prestar serviços.

"Se formos impedidos de entrar ou se não houver mais espaço, vamos jogar tudo na frente do espaço. Temos que trabalhar. A prefeitura precisa dar um jeito nisto. Faço cerca de dez viagens por dia. Imagina o prejuízo se tudo isso parar", argumenta o motorista Pedro Barbosa Braulino Neto, 36. Ele explica que a máquina do lixão está quebrada há dois dias e nos dias em que opera consegue entrar com o carro 2 quilômetros à frente e, agora, o máximo percorrido são 500 metros.

O prejuízo aos compradores de recicláveis chega a 50%, diz o comprador Ademir da Silva Souza, 20. "A gente perde com esta situação. É ruim para todos, tanto para quem cata, quanto para quem compra", afirma.

Em resposta à situação, a prefeitura diz que já ofereceu aos coletores trabalho nas cooperativas do município, mas os mesmos não aceitaram, alegando baixo rendimento. "É uma situação complicada. Já houve confrontos e, caso haja necessidade, pediremos a intervenção da polícia", explica. Em relação ao conserto da máquina, o Executivo diz que hoje ela estará operando normalmente.

 

Entenda a situação


Até agosto de 2014, todos os lixões do País deverão estar erradicados e os aterros sanitários poderão receber apenas os rejeitos – resíduos sem condições de reaproveitamento, segundo determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2010), implementada pelo Ministério do Meio Ambiente. Conforme já noticiado, em solo prudentino, a prefeitura foi impedida de construir um aterro em área previamente escolhida pela proximidade com o aeroporto. Uma nova área está sendo sondada na zona norte da cidade, mas o ponto exato não foi divulgado para "evitar especulação imobiliária".

A Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) informou que o aterro estará pronto até o fim deste ano. Enquanto isso, o TAC firmado autoriza o município a continuar utilizando o antigo depósito emergencialmente até o fim do ano. Luiz Takashi Tanaka, gerente da unidade prudentina da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), expõe que ainda não recebeu nenhuma solicitação para licenciar um novo aterro em Prudente.
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