Marília Mendonça

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista antigo que não tem Tiggo. Ainda!

COLUNA - Sandro Villar

Data 16/11/2021
Horário 06:28

Marília Mendonça tinha aquilo que muitos cantores e cantoras gostariam de ter: voz. Que vozeirão tinha a Marília! Voz forte e poderosa. Nem precisava de microfone em caso de queda de energia num show. Bastava soltar o vozeirão que a plateia a ouviria mesmo a certa distância do palco.
 Apenas por 26 anos ela esteve neste planeta. Foi cedo demais para o andar de cima. Ou para o lado do mistério. Desculpem-me a franqueza, mas acho que certos aviões pequenos ou de médio porte não são muito seguros ainda mais quando precisam decolar ou pousar em aeródromos. 
 E se Marília e sua equipe tivessem embarcado em Goiânia num voo comercial com destino a Belo Horizonte? Certamente teria desembarcado sã e salva na capital mineira, mas isso são apenas conjecturas. De Belo Horizonte poderia viajar de carro - ou numa van - para Piedade, a cidade onde se apresentaria. 
 Não sei o que dizer. Era esse o seu destino? Assim estava escrito? Quem é que sabe. Sei, no entanto, que a cantora Marília Mendonça foi - e continua sendo - um fenômeno musical. Seu legado é respeitável: mais de 300 músicas. Entre seus sucessos destacam-se "Todo Mundo Menos Você", "De Quem é a Culpa?", "Coração Bandido", "Esqueça-me Se For Capaz" e, claro, a belíssima "Infiel".
   Ela criou o estilo conhecido como sofrência, que não deixa de ser o chamado estilo dor de cotovelo presente nos sambas-canções antigos interpretados por cantoras como Dolores Duran,  Maysa, Nora Ney e Dalva de Oliveira. Marília era muito admirada pela mulherada ou pelo mulheril em geral. Dá a impressão de que as mulheres, aquelas que amam pra valer, viam nela uma espécie de referência ou coisa parecida.
 Aliás, as mulheres sempre eram maioria nos seus shows. As mulheres seguiam Marília, que também criou o estilo "feminejo". O que isso quer dizer? Quer dizer "sertanejo feminino". Ela não brincava em serviço.
 A cantora se aproximou de monstros sagrados da Música Popular Brasileira, como Gal Costa, e também de artistas do funk, provando que era destituída de preconceitos. Também palpitou sobre o atual momento político e vai ver é por isso que não recebeu nenhuma homenagem oficial após sua morte. Não precisa. Marília Mendonça está no coração do povo e isso não tem preço.

P.S.: No último dia 5, foi comemorado o dia do escrivão de polícia, como me lembrou o jornalista e policial civil Ronaldo Pantera Lopes, que vou promover a tigre siberiano. "O escrivão é o escravão. É o que mais trabalha na delegacia. Entrega tudo pronto para o delegado", diz Pantera, observando que, agora, a categoria é mal remunerada. 

 

DROPS

Chore, você não está sendo filmado.

O rei está nu. Os súditos também.

Se o Brasil fosse uma monarquia, não faltariam bobos da corte.

Era tão chato que dava azia em Sonrisal.

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