A carreira de Jorge Antônio Lima teve início lá atrás, em 1984. Na década de 90 e depois de passar por todos os esportes trabalhando na Amepp (Autarquia Municipal de Esportes de Presidente Prudente), ele se tornou o massagista oficial da equipe prudentina de atletismo. Em 2005, a alegria foi ainda maior, quando passou a integrar a seleção brasileira da modalidade. No entanto, nada se compara a felicidade que está vivendo agora. O profissional está no Rio de Janeiro, onde participará da primeira Olimpíada da carreira.
Jorginho, como é conhecido, revela que a ansiedade é a mesma de grandes competições. "Não consigo imaginar como vai ser, mas a expectativa é muito grande", fala.
Jorginho mostra os crachás e medalhas que recebeu ao longo das competições pelo mundo
Apesar de não entrar nas pistas, o profissional tem um papel fundamental na seleção: animar a turma. "Eles dizem ‘ah Jorginho, não tem astral ruim com você’. E eu não posso levar as minhas dificuldades para lá. Embora quem conhece bem a gente sabe quando o animo não está bom", afirma.
Entre as inúmeras vezes que viu atletas subirem ao pódio, o massagista conta que a realização é vê-los evoluindo. "Tem uma turma que eu vi crescer na seleção. Do primeiro grupo em 2005, cinco vão participar dos Jogos Olímpicos. Isso é muito bom. Eu estou diretamente ligado com as meninas e é preciso ter paciência. A mulher é diferente dos homens na questão do temperamento. Por exemplo, para a Ana Cláudia, que teve o problema de dopping, todos os dias eu deixava uma mensagem. Tem que ser paizão", diz.
Na China
Jorginho ostenta ainda o que chama de troféu. São as medalhas e crachás de participação nos eventos pelo mundo. O último foi o Mundial de Pequim, na China, no ano passado. "Em 2006 eu fui para a Itália. Foi a primeira competição na Europa, 28 dias lá. Em 2007 estive no Japão, 2010 Mundial Júnior no Canadá, 2013 na Rússia. Estes são todos os meus troféus", garante.
Embora feliz com a trajetória, o massagista não esquece de nada que viveu. "O meu primeiro ano com o time Mathilde Zacarias. Os Jogos Regionais e Abertos, onde tudo começou. Não via a hora de chegar", pontua.
Vale a pena
No Rio desde ontem, Jorginho ficará na CDA (Comissão de Desportos da Aeronáutica), local escolhido pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) para a concentração da seleção brasileira e para a fase de treinos que antecede os jogos.
E em todos os países é assim, uma rotina intensa. "É muito trabalho! Foi tudo muito bom para mim. Estes dias mesmo meu filho estava comentando que será o quarto Dia dos Pais que eu estarei fora. E isso é uma demonstração da nossa dedicação. Pelo trabalho que foi feito, é uma grande satisfação", garante.
"Não dá para imaginar como vai ser na competição. É igual o pessoal fala ‘Jorginho, Olimpíada é diferente. Só quem está dentro sabe’. Tanto é que todo mundo espera os Jogos. É igual ver o Papa, não dá para descrever", finaliza com o sorriso que contagia os atletas brasileiros.