A Prefeitura de Álvares Machado sancionou uma lei municipal, que obriga as agências bancárias a instalarem divisórias entre os caixas e os espaços reservados para os clientes que aguardam atendimento, no intuito de proporcionar melhor privacidade às operações financeiras. O projeto é de autoria do vereador Luis Francisco Boigues (PT), popularmente chamado de Chiquinho. As divisórias devem ter altura mínima de 1,80 metro, e acabamento em material opaco, para proporcionar isolamento visual entre as pessoas que estão em atendimento e as que aguardam. A lei foi publicada ontem, em atos oficiais, e as agências terão 60 dias para se adaptarem, a contar da data de publicação. Caso contrário, ficarão sujeiras a multas diárias de R$ 300, ou em dobro, até o limite de R$ 1,12 mil, em caso de reincidência.
Mas o vereador acredita que ninguém será multado, pois, segundo ele, grande parte das unidades bancárias do município já se adequou. "Esse projeto existe há cerca de um ano, mas a Prefeitura tinha outras prioridades e adiou a sanção. Neste período, conversei com gerentes e funcionários dos bancos e eles vieram se adequando ao longo do tempo", comenta Chiquinho, que também é bancário e compõe a direção do Sindicato dos Bancários de Presidente Prudente e Região.
De acordo com o parlamentar, a divisória tem o aspecto semelhante ao de um biombo e a medida foi pensada para garantir maior segurança, já que as pessoas na fila de espera podem ver sem dificuldades a quantidade de dinheiro que os outros deixam ou tiram dos bancos. "Alguns bancos já tem feito isso pelo país. Seguindo o mesmo intuito de minimizar os riscos com bandidos, pensei que a iniciativa pudesse ser aplicada também na cidade", explica. Chiquinho diz ainda que analisa algum meio para dificultar a visibilidade das transações nos terminais eletrônicos. "Vamos pensar em algo", acrescenta.
Para o prefeito Horácio Cesar Fernandez (PV), a medida também é válida. "Sabemos que existem pessoas mal intencionadas que podem prestar atenção em algum saque alto, e perseguir o cliente para roubá-lo. Considero uma alternativa simples, que deixa o banco mais seguro", declara.
Febraban
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) não também não tem nenhuma objeção sobre a novidade. Ela aproveita para esclarecer detalhes do sistema de segurança. Segundo sua Assessoria de Imprensa, os bancos seguem a Lei Federal 7.102/83, em que todos os estabelecimentos são obrigados a submeter à Polícia Federal um plano de segurança para que possam funcionar. Esse plano é elaborado por equipes técnicas e profissionais que analisam as características de cada ponto de atendimento, tais como localização, fluxo de pessoas e layout
da agência. Aprovado, são instalados todos os equipamentos e mobiliário da agência, como os caixas, os caixas eletrônicos, o posicionamento das câmeras de segurança, dos vigilantes, as portas de segurança, os biombos, a depender do caso. "Observando o que é exigido pela legislação, cada instituição financeira determina os padrões de segurança para suas agências", expõe.
