Metaverso: Reaprender a aprender

OPINIÃO - Valdecir Cahoni Rodrigues

Data 28/04/2022
Horário 05:00

As transformações tecnológicas, empresariais e sociais estão cada vez mais rápidas. Nunca fez tanto sentido a frase do pensador norte-americano, Alvin Toffler (1928-2016): “O analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”. Isso nos leva à reflexão de que acompanhar as transformaçõestecnológicas é uma questão de sobrevivência, mas que para isso faz-se necessário desaprender, deixar de lado vários conceitos e competências para dar lugar a coisas novas, principalmente de aprender. 
Ano passado Mark Zuckerberg anunciou a alteração do nome da marca Facebook Inc. (dona do Facebook, WhatsApp e Instagram) para Meta. Não demorou muito para que o planeta começasse a debater um novo conceito, o metaverso, que mudará completamente a experiência das pessoas, sendo um ambiente que pretende unir o mundo digital com o real por meio de tecnologias como a internet das coisas, a realidade aumentada, o blockchain, etc. As novas gerações já fazem uso deste mundo digital em 3D em seus jogos, mas a ideia agora é levar este conceito e dar condições de acesso a toda e qualquer pessoa. 
O que para muitos parece algo futurístico, eu não consigo parar de refletir o quanto tudo isso está tão próximo e mudará a forma de aprendizado. Nada de alunos enfileirados um atrás do outro na sala de aula, de lousa com giz e muito menos com professores conteudistas. A forma de aprender será imersiva e os alunos deixarão de ser meros instrumentos recepcionistas de conteúdos e passarão a desenvolver/aprender as competências necessárias, socializando e divertindo com os seus colegas de forma prática. O processo de aprendizagem deixará de ser algo massivo e se transformará em um processo divertido.  
Mas para que isso possa acontecer, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Não por parte da nova geração que está procurando qualificação. Mas sim pelos profissionais de educação que, na maioria das vezes, ainda precisam de uma infraestrutura adequada para trazerem a inovação para a sala de aula, precisam de investimento em desenvolvimento para passarem pelo processo de “desaprender” para “reaprender” novamente e a necessidade de viverem em meio a um ambiente de inovação. Assim como o aluno necessita de um ambiente de imersão para incorporar um novo conhecimento, nós professores também não somos diferentes. 
A prática que tanto se almeja em uma sala de aula não será mais impossível de ser ofertada, pois o aluno conseguirá acessar qualquer prática por intermédio de uma plataforma, como, por exemplo, utilizando a realidade aumentada e vivenciar o dia a dia de sua futura profissão. E o melhor de tudo, essa prática poderá ter sido desenvolvida pelo seu próprio professor que personalizará o aprendizado conforme a necessidade de sua região.  
Você deve estar pensando que tudo isso é um sonho ou ficção científica, mas é a mais pura realidade. Além de saber ensinar, nós educadores precisamos entender de tecnologia em nossa área, precisamos deixar de lado velhos processos de ensino que hoje não trazem mais resultados e estarmos abertos a novos modelos. Não se torne obsoleto, se torne necessário. Mudar não é algo fácil e nem acontece de um dia para o outro, mas é necessário darmos o primeiro passo. Eu já dei o meu primeiro passo, e você, o que está esperando?

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