Miguel Tanaka tem apenas 12 anos, mas já traz no currículo uma das maiores conquistas que um atleta da sua idade pode alcançar: foi vice-campeão do 43º Boys Nankyu Baseball World Championship (Nanshiki), disputado em Edogawa, no Japão, representando a Seleção Brasileira Sub-12. Morador de Presidente Prudente, Miguel é aluno do Colégio Multiplus School e iniciou sua trajetória no beisebol nas escolinhas da Acae (Associação Cultural, Agrícola e Esportiva), onde hoje joga como arremessador e infielder na equipe Acae/Hinomoto/Semepp, sob a supervisão do técnico Mário Kaneki.
“É um atleta muito habilidoso, rápido, inteligente e extremamente dedicado”, descreve Lucas Saito, da coordenação da Acae. O beisebol corre nas veias da família: o irmão mais velho, Lucas Tanaka (15 anos), também joga pela equipe júnior da Acae.
Segundo o pai, Eduardo Fernandes Tanaka, Miguel começou a jogar pouco antes de completar 5 anos, em 2018, ao acompanhar o irmão a um treino. A curiosidade inicial logo se transformou em paixão. “Durante o primeiro ano, os avós o acompanharam, pois nossa rotina não permitia. Mas logo reorganizamos nossa vida para estarmos com eles nos treinos e torneios”, conta.
Com o tempo, o envolvimento da família foi total. Mesmo durante a pandemia, quando os treinos presenciais foram suspensos, Miguel manteve o ritmo com atividades em casa. “Foi quando percebemos que o beisebol não era só um esporte: era um estilo de vida que nos transformava como família”, completa Eduardo.
A caminhada até vestir a camisa da Seleção Brasileira foi feita de tentativas e resiliência. “Ele participou de quatro seletivas. Chegou a ser pré-convocado em 2024, mas não integrou a equipe. Mesmo assim, ele soube lidar com a frustração e quis tentar novamente”, diz o pai.
Em abril deste ano, ao ver aberta mais uma seletiva da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol, a família decidiu dar uma nova chance. “Quando saiu a convocação oficial, foi uma alegria imensa. E essa vaga foi conquistada com muito esforço e maturidade”, lembra Eduardo.
Durante a estadia no Japão, os atletas ficaram concentrados e sem acesso ao celular. A comunicação com a família foi limitada, mas o foco era total na competição. Fora do campo, Miguel também enfrentou perrengues: “A mala chegou com uma das rodas quebradas e a estrutura danificada. Mesmo assim, ele lidou com isso com serenidade”, diz Eduardo.
O calor intenso do verão japonês também foi um desafio. “Foi necessário um cuidado redobrado com hidratação. Mas nada que impedisse Miguel de fazer bonito em campo”, relata o pai, orgulhoso.
“Estamos muito orgulhosos de tudo o que ele realizou e sempre estaremos ao lado dele. Independentemente dos resultados, o importante é a jornada e os valores que ele está construindo”, afirma o pai.
“É UMA ROTINA PUXADA, COM TREINOS, VIAGENS E DESPESAS. MAS O GANHO EM DISCIPLINA, SAÚDE E SOCIABILIDADE É IMENSURÁVEL. VALE A PENA CADA ESFORÇO”
Eduardo Fernandes Tanaka
Para outras famílias que pensam em apoiar seus filhos em esportes menos populares no Brasil, como o beisebol, Eduardo deixa um recado sincero: “É uma rotina puxada, com treinos, viagens e despesas. Mas o ganho em disciplina, saúde e sociabilidade é imensurável. Vale a pena cada esforço”.
Cedida
Seleção Brasileira de Beisebol, Sub-12, vice-campeã do 43º Boys Nankyu Baseball World Championship (Nanshiki), disputado em Edogawa, no Japão