Militantes da FNL desocupam fazenda em Marabá

“Eles queriam seguir adiante, ocupando mais terras, mas por conta deste encontro que vai organizar melhor o movimento, apresentando as metodologias a serem empregadas, achamos melhor recuar", comenta.

REGIÃO - Elaine Soares

Data 10/06/2015
Horário 09:03
 

Os militantes da FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade) que invadiram a Fazenda Nova Prata, em Marabá Paulista, na quinta-feira, deixaram a propriedade na manhã de ontem, por força de um ofício de reintegração de posse entregue na tarde de segunda-feira. Os coordenadores regionais do movimento seguem agora para um encontro nacional que será realizado no final de semana, em São João d’Aliança, em Goiás. Segundo eles, após o evento e de volta a São Paulo, serão decididas as próximas ações de mobilização dos trabalhadores rurais que buscam "chamar a atenção do governo".

A coordenadora estadual da frente, Edna Maria Torriani, acompanhou a invasão que chegou ao fim na manhã desta terça-feira e contou com a participação de 100 pessoas. Segundo ela, as famílias voltaram para o assentamento União da Vitória, na Fazenda Nazaré, um pouco "desanimados". "Eles queriam seguir adiante, ocupando mais terras, mas por conta deste encontro que vai organizar melhor o movimento, apresentando as metodologias a serem empregadas, achamos melhor recuar", comenta.

João Luiz da Silva, coordenador regional da frente, é categórico. "Ainda conversaremos sobre que rumo tomar a partir da próxima semana, mas tenho 99% de certeza de que prosseguiremos com as ocupações. Não vamos parar", aduz.

 

Luta por terra


Ao invadir as propriedades rurais, os militantes dizem querer chamar a atenção do Estado para a necessidade da reforma agrária, que daria às famílias um "pedaço de terra para trabalhar". No entanto, o Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo) informou em nota anterior que não estaria em negociação com a Fazenda Nova Prata ou com a Fazenda Rio Negro - invadida na semana anterior, em Piquerobi. Explicou ainda que as áreas em questão "não integram a relação do convênio de reversão de terras" firmado com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
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