O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Rogério Luiz Zeraik Abdalla, afirmou ontem que a expectativa é de que o credenciamento do Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente no SUS (Sistema Único de Saúde) ocorra ainda neste ano, para que a unidade hoje mantida pela comunidade local também receba recursos federais para ampliar os serviços e capacidade de atendimento. O secretário do Ministério da Saúde visitou na manhã de ontem as dependências da unidade para conhecer as instalações e ver a realidade do hospital, levando as informações sobre a estrutura ao ministro Ricardo Barros, que trabalha para conseguir o credenciamento. "Ele virá e trará boas notícias", garantiu.

Autoridades estiveram presentes durante visita solene do secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, ontem

Na visita solene realizada na manhã de ontem, que contou com a presença de autoridades locais e representantes de entidades, o secretário se emocionou com a história por trás da fundação do Hospital Regional do Câncer e com o empenho da sociedade civil para manter a unidade hospitalar. "É um sonho que se tornou realidade e cura para muitos que precisam", resumiu, acrescentando que pessoas morrem no país por falta de tratamento, sendo necessário que haja mais instituições de referência em oncologia.


Estrutura do hospital

Hoje a unidade possui uma estrutura de 14 mil metros quadrados, contando com oito pavimentos e quatro elevadores. A capacidade é de 132 leitos (18 pediátricos), dez de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), dois de iodoterapia e quatro para transplante de medula. O local conta ainda com 23 consultórios multiprofissionais, 39 poltronas de quimioterapia (nove pediátricas), dois apartamentos "day clinic" e duas salas de pequenas cirurgias.

Um levantamento apresentado pela coordenadora de RH (Recursos Humanos) da instituição, Josiane Solisso, demonstrou que 46% dos pacientes da região de Prudente são atendidos em Jaú, 6% em Barretos e 48% em Prudente – menos da metade. A intenção do credenciamento é proporcionar um atendimento mais próximo às pessoas que precisam do tratamento oncológico.

 

Necessidade de investimento

O presidente Antonio da Cunha Braga pediu que Abdalla fosse o "embaixador" do hospital junto ao Ministério da Saúde. Hoje o custo mensal da unidade é de R$ 400 mil/mês para 40 atendimentos diários de radioterapia. Com a expansão da unidade, o hospital poderia abranger mais de 1,9 milhão de pessoas. Além disso, ainda é necessário o investimento de R$ 35 milhões para que a construção da unidade seja efetivamente concluída completamente. "Queremos viabilizar a conquista de recursos com essa visita física", expôs.

O deputado federal Izaque José da Silva (PSDB) reafirmou não só a importância do credenciamento – processo moroso por conta da burocracia necessária – mas a necessidade de conseguir recursos com maior brevidade para a unidade. O deputado estadual Ed Thomas (PSB) pontuou ainda que hoje muitos moradores da região que precisam de tratamentos mais complexos são obrigados a enfrentar uma longa e cansativa viagem a Barretos e Jaú, e que os recursos gastos com esse deslocamento seriam diminuídos consideravelmente se a unidade se tornar referência no tratamento oncológico.