Monsenhor Sarrion é homenageado em mostra

Exposição no museu conta com diversos itens que pertenceram ao sacerdote, que morreu em 1951 e se tornou figura histórica

VARIEDADES - Aline Martins

Data 09/04/2014
Horário 08:45
 

No dia 15 de abril de 1951, Presidente Prudente tomava conhecimento da morte de monsenhor José Maria Martinez Sarrion, acontecimento que causou tristeza na população. E mesmo após 63 anos de sua morte, a história deste padre continua viva na memória de muitas pessoas que nem mesmo o conheceram. E para homenagear esta figura histórica, a Secretaria Municipal de Cultura (Secult) e o Museu e Arquivo Histórico Prefeito Antonio Sandoval Netto realizam a mostra "Monsenhor Sarrion", que segue no museu até 30 de abril.

No local, há vários itens que pertenceram ao religioso, conforme conta a diretoria do museu, Valentina Romeiro. Há casulas que foram utilizadas nas celebrações eucarísticas, casamentos e outros tipos de vestimentas. Além disso, há objetos pessoais do sacerdote como jarros, passaportes, terços e, inclusive, uma pianola que ele gostava de tocar. "Há também uma placa de bronze que ele ganhou quando fez 50 anos de ordenação", destaca. Tem ainda o altar da primeira capelinha da cidade. "São itens interessantes e de grande valia histórica", pontua.

E muitas fotografias que contam sua trajetória em Prudente, bem como revistas com reportagens e retratos que mostram a construção da Catedral de São Sebastião e da primeira santa casa pública, ambas erguidas com empenho e dedicação de Sarrion. "O monsenhor faz parte da história de Presidente Prudente. Sem sua batalha não teríamos a catedral e nem a santa casa hoje. Ele ajudou a alavancar o desenvolvimento da cidade. Ele é uma figura excepcional e de suma importância para Presidente Prudente", salienta Romeiro.

O acervo de Sarrion pertence ao próprio museu. "Na época de seu falecimento, a diocese doou seus pertences à unidade", frisa.

 

Trajetória


Em 1925, com a chegada à cidade do padre José Maria Martinez Sarrion, a vida religiosa local recebeu um grande impulso. Estes dados são do acervo da Câmara Municipal de Presidente Prudente.

Naquele ano, dom Carlos Duarte da Costa, bispo de Botucatu, resolveu dividir e desmembrar a Paróquia de Conceição de Monte Alegre, a qual Prudente se vinculava. Ele instituiu e fez erguer as paróquias de São Sebastião e a de Santo Anastácio, ato oficializado em 29 de abril de 1925. Naquele mesmo ano, foi nomeado o primeiro vigário da Paróquia de Presidente Prudente (São Sebastião). O escolhido foi o padre José Maria Martinez Sarrion, que chegou disposto a revolucionar a vida católica do lugar. Daí em diante registrou-se um movimento paroquial bastante promissor

Em 1950, o catolicismo de Presidente Prudente celebrou um duplo jubileu: o 25º aniversário de fundação da Paróquia de São Sebastião e as Bodas de Ouro sacerdotais do padre Sarrion. No dia 6 de outubro daquele mesmo ano, foi entregue o título de monsenhor ao padre José Maria Martinez Sarrion. Já em 15 de abril de 1951, Prudente tomava conhecimento da morte de monsenhor Sarrion.

 

Catedral


A ideia de construir a catedral iluminou Sarrion no próprio dia em que desembarcou na cidade, a 24 de maio de 1925, quando observou que a população crescia e não contava com mais de uma tímida e paupérrima igrejinha de madeira. Ele decidiu que daria início aos serviços. Para levantar fundos, organizou quermesses, que eram anunciadas pelo serviço de alto-falante, fixado no alto da igrejinha.

Passaram-se os anos e a obra da Catedral de São Sebastião só evoluía. Igualmente a construção do hospital foi encerrada e a Catedral de São Sebastião ficou pronta, com todos os seus pavilhões, em 1949. Estava cumprida a nobre missão do audaz e teimoso padre, o primeiro que chegou como morador a Prudente, para tocar seu rebanho em ascensão.

 

Serviço

AOS INTERESSADOS

O horário de visitação do Museu e Arquivo Histórico Antonio Sandoval Netto, de Presidente Prudente, é de terça-feira a sábado, das 8h às 17h e aos domingos, das 12h às 17h.
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