Moradores cobram proteção contra escorpiões

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 04/10/2017
Horário 12:02
Marcio Oliveira, Área de preservação permanente acumula lixo irregular
Marcio Oliveira, Área de preservação permanente acumula lixo irregular

Moradores do Jardim Ouro Verde, em Presidente Prudente, ainda aguardam a implantação de alambrado e calçada no entorno da Rua Adolpho Albarelli Rangel, onde uma APP (área de preservação permanente) é alvo constante do descarte de entulhos e proliferação de animais indesejados, especialmente escorpiões. Em março deste ano, a Prefeitura comunicou que os dois dispositivos seriam instalados em 60 dias, prazo que precisou ser prorrogado para a aquisição do material por meio de processo de licitação. Novamente procurada, a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) informou que a Semea (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) está “ciente” da necessidade de isolamento desta área e de outros pontos da cidade, no entanto, ainda tem buscado recursos para a compra do referido material e execução da obra.

A pasta completa que, paralelemente, equipes da Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos) fazem limpeza periódica no terreno, mas contam com a colaboração dos munícipes para evitar o acúmulo de lixo no local. “Uma nova visita à área será realizada nesta semana para verificar as condições do terreno e, eventualmente, proceder à limpeza”, adianta.

 

Problema antigo

A preocupação com o surgimento dos aracnídeos já foi pauta de várias publicações veiculadas por este periódico no último ano. Segunda-feira, a reportagem retornou ao Ouro Verde para ouvir os munícipes sobre a persistência do problema. Embora duas placas afixadas no local advirtam sobre a proibição de jogar lixo na área, a mata está tomada por entulhos, que vão desde resíduos domésticos até restos de madeira – um prato cheio para a reprodução de escorpiões.

O funcionário público estadual, Gildo César Ferreira Dias, 36 anos, mostra que, antigamente, o espaço era protegido por uma cerca, contudo, esta foi derrubada por um maquinário em uma eventual limpeza realizada pela administração. Desde então, o alambrado nunca foi reparado e, atualmente, encontra-se caído e escondido pelo mato alto. Para ele, o cercamento e a pavimentação da calçada contribuiriam para inibir a passagem do bicho para a rua, além de restringir o descarte inapropriado de entulhos por parte da população.

Gildo conta que a atual situação deixa a vizinhança “assustada”, principalmente para quem tem criança pequena em casa, como é o seu caso. Há dois anos, seu filho de até então quatro anos foi picado na cama. Ao ouvir o choro do menino, o funcionário público correu até o quarto dele e constatou o escorpião próximo de seu braço. “Eu ainda socorri o meu filho a tempo, mas fico imaginando se a criança é picada e não sabe explicar para o pai o que aconteceu. Por isso, eduquei o meu a sempre reclamar em caso semelhante”, expõe.

Além disso, Gildo toma a preocupação de passar veneno na casa a cada três meses. Na residência ao lado da sua, o problema também preocupa. O pedreiro Cristiano Wellington Morato, 40 anos, diz que os aracnídeos estão “fora de controle”, pois, ainda que haja duas placas educativas, a população permanece dispondo lixo na mata. “Não teve finalidade nenhuma, porque agora há pouco mesmo vi uma pessoa jogando uma cabeceira de cama na área. As pessoas precisam ser mais conscientes”, enfatiza.

 

Insegurança

A auxiliar de escritório, Luciana de Carvalho, 32 anos, por sua vez, relata que, apesar das janelas, frestas e ralos de sua casa estarem vedados com tela, o quintal e a calçada ainda representam uma ameaça, tanto que nem autoriza seu filho a brincar na rua. Há 15 dias, sua mãe foi picada enquanto saía da residência, ao passo que, no domingo, Luciana varria o quintal quando encontrou um escorpião dentro de um buraco. “Meu filho me pede para mudarmos de endereço, mas como vou deixar um imóvel que ainda estou pagando? Viramos prisioneiros dentro da nossa própria casa”, comenta. A auxiliar de escritório cobra medidas efetivas e imediatas da Prefeitura, considerando que a promessa do alambrado já perdura há oito meses. “Se não cumpririam o prazo inicial, por que prometeram então?”, questiona.

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