Motoristas de aplicativo anunciam paralisação na terça

Protesto busca chamar atenção da população para a situação dos trabalhadores e conscientizar a categoria sobre as novas adesões que reduzem os preços das corridas

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 15/11/2020
Horário 08:30
Freepik - Motoristas protestam contra valores do quilômetro rodado e o minuto de corrida
Freepik - Motoristas protestam contra valores do quilômetro rodado e o minuto de corrida

Na terça-feira, cerca de 300 motoristas de aplicativo prometem paralisar as atividades em Presidente Prudente, conforme estima a Amoesp (Associação dos Motoristas de Aplicativo do Oeste Paulista). A principal reinvindicação é que as empresas que oferecem o serviço estão incluindo novas categorias que reduzem os preços das corridas, prejudicando o faturamento dos trabalhadores. O protesto, que será das 7h às 11h, pretende chamar atenção da população para a situação dos motoristas de aplicativo e conscientizar a categoria sobre as novas adesões. 
De acordo com o presidente da Amoesp, Wesley Aparecido de Jesus, alguns motoristas não têm conhecimento das taxas adicionadas pelas empresas. “Atualmente, a taxa de quilometragem cobrada por uma delas é de R$ 0,93, mais R$ 0,13 por minuto de corrida. Agora, com as novas categorias, a 99 Poupa [empresa 99] cobra R$ 0,48 no quilômetro rodado e R$ 0,02 o minuto de corrida. Já a Uber Promo [empresa Uber] cobrar R$ 0,42 no quilômetro rodado e R$ 0,02 o minuto de corrida. Tudo isso faz com que o motorista tenha um grande prejuízo no seu faturamento”, pontua. Wesley reforça também que os motoristas esperam por políticas voltadas à categoria advindas do poder público. 
Após concentração prevista para ocorrer das 9h às 10h30 no estacionamento da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Cohab, os motoristas seguirão em carreata pelas ruas da cidade. O protesto promovido pela Amoesp conta com apoio dos grupos – Motoristas de Aplicativo de Presidente Prudente, Motoristas de Elite de Presidente Prudente e Falcão Negro.

Nota das empresas

A reportagem solicitou um posicionamento para as empresas citadas. Em nota, a 99 informou que está sempre aberta ao diálogo com os motoristas parceiros e acompanha a mobilização em Presidente Prudente. A empresa esclarece que a remuneração na plataforma leva em conta a distância percorrida e tempo de deslocamento, além de uma tarifa base mínima. “A plataforma pratica as menores taxas do setor”, ponderou. À reportagem, a empresa pontuou que desde o início da pandemia foram direcionados esforços e recursos para promover ações de prevenção aos motoristas parceiros e passageiros, e na geração de demanda para ampliar os ganhos como a doação de R$ 4 milhões em corridas aos governos de dezenas de cidades do Brasil.
A Uber, por sua vez, esclarece que opera um sistema dinâmico e flexível, que busca equilibrar as necessidades de motoristas parceiros à realidade dos usuários que utilizam a plataforma todos os dias.

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