Motoristas de App da região aderem mobilização nacional

Categoria alega que não irá mais prestar serviço para a Uber e a 99 caso um reajuste tarifário não seja feito; protesto contou com o apoio de 600 motoristas, segundo a Amoesp

REGIÃO - WEVERSON NASCIMENTO

Data 17/03/2021
Horário 14:37
Foto: Weverson Nascimento
Mobilização contou com o apoio de 600 motoristas
Mobilização contou com o apoio de 600 motoristas

Como prometido, na manhã de ontem os motoristas de aplicativo paralisaram as atividades em Presidente Prudente. O protesto, que contou com o apoio de 600 motoristas, segundo a Amoesp (Associação dos Motoristas de Aplicativo do Oeste Paulista), busca chamar atenção das empresas Uber e 99 no que diz respeito às tarifas cobradas e na segurança dos motoristas. Conforme a categoria, a tendência é que os profissionais deixem de trabalhar para essas empresas e se cadastrem em aplicativos locais. O ato, que atingiu todo o território nacional, é um movimento criado pelo SOS Motoristas de Apps.

Ontem, após às 8h, os motoristas se concentraram no estacionamento do IBC Centro de Eventos, em Presidente Prudente, e em seguida saíram em carreata por uma das principais avenidas da cidade, a Brasil, até finalizarem na Avenida Quatorze de Setembro, em frente à TV Fronteira. Dentre as medidas contestadas pela categoria em Presidente Prudente, está a “falta de segurança” para os motoristas; “descaso” das empresas com os passageiros e motoristas sem a presença de escritórios na cidade; mais de 6 anos sem reajuste nas tarifas, fazendo o serviço ficar precário; aumento do combustível, inviabilizando a prestação de serviço; e a ausência de amparo político-social e uma regulamentação justa para os profissionais.

De acordo com o presidente da Amoesp, Wesley Aparecido de Jesus, a tendência é que os profissionais deixem de trabalhar para as empresas caso um reajuste tarifário não seja feito. “Estamos há quase 7 anos com essa tarifa e eles não levam em conta os novos reajustes, preços dos combustíveis e as novas inflações, por exemplo”, explica. “Além disso, recentemente essas empresas lançaram duas modalidades [99 Poupa e Uber Promo] que reduzem em mais 40% o valor de uma corrida. Então, fica difícil para o motorista se manter assim”, acrescenta.

Em nota, a 99 destacou que está aberta ao diálogo e que prioriza a melhoria contínua dos ganhos dos motoristas parceiros. A empresa reforçou que viabiliza parcerias e condições especiais nos preços dos combustíveis, manutenção de carros e aluguel com agências para reduzir os gastos dos parceiros. “Um exemplo é que, desde o início de março, o valor do desconto na rede Shell dobrou de 5% para 10%, iniciativa que deve durar até a segunda semana de maio, e está disponível via aplicativo Shell Box e pagamento com Cartão 99”. A empresa também pontuou que trabalha para aumentar a eficiência da rotina dos parceiros e parceiras da plataforma reduzindo os custos associados à atividade.

A Uber não comentou a decisão dos motoristas.

Amparo social

Dentre as medidas apresentadas para o protesto, a Amoesp também menciona o poder público de Presidente Prudente e alega que os motoristas “não são amparados”: “Não fornece cesta básica a quem necessita e não distribui alimentos aos filhos matriculados na rede pública municipal”.

Recentemente, a Prefeitura de Presidente Prudente informou que a distribuição de cestas básicas é destinada a famílias de alunos da rede municipal que estejam inscritas no CadÚnico (Cadastro Único de Benefícios Sociais), com renda inferior a R$ 522,50 por pessoa e com o número do NIS ativo, assim como vem ocorrendo desde o ano passado. “A administração municipal tem analisado a possibilidade de ampliar a concessão da cesta também a outras famílias”, declara.

 

 

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