MST permanece em fazenda de Teodoro Sampaio

Paralelamente, na última sexta-feira, representantes da FNL (Frente Nacional de Luta) e movimentos independentes estiveram reunidos com a direção estadual da Fundação Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) – em Presidente Prudente. Na ocasião, foram esclarecidas questões relacionadas aos processos interligados à reforma agrária no Pontal do Paranapanema.

REGIÃO - Arize Juliani

Data 22/04/2015
Horário 09:33
 

Cerca de 100 famílias militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) permanecem instaladas na Fazenda São João, em Teodoro Sampaio, quando devem permanecer até hoje. Na manhã de ontem, os integrantes do movimento realizaram assembleia para discutir as repercussões obtidas com a Jornada Nacional de Luta e Abril Vermelho. O espaço onde os invasores estão acampados está localizado próximo ao perímetro urbano, mais especificamente perto da Cocam (Cooperativa de Comercialização e Prestação de Serviços dos Assentados da Reforma Agrária do Pontal). Como noticiado anteriormente por este diário, além da invasão, houve paralisação da agência da CEF (Caixa Econômica Federal) desta cidade.

De acordo com o coordenador do MST, Cledson Mendes da Silva, houve um encontro com um oficial de justiça, quando ficou definido que os militantes desocupariam a área nesta quarta-feira. Ele ainda comenta que estão satisfeitos com os avanços na questão das moradias depois de encontro realizado com a CEF, mas que batalharão com as questões relacionadas às terras junto ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Paralelamente, na última sexta-feira, representantes da FNL (Frente Nacional de Luta) e movimentos independentes estiveram reunidos com a direção estadual da Fundação Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) – em Presidente Prudente. Na ocasião, foram esclarecidas questões relacionadas aos processos interligados à reforma agrária no Pontal do Paranapanema. Neste encontro, foi mencionado o agendamento de reunião com os participantes e o Incra, no dia 28 deste mês. Em contrapartida, o órgão entrou em contato com este diário e esclarece que após diversas ocupações da FNL em 2014, um grupo de trabalho foi criado em Brasília (DF) para o acompanhamento da pauta de reivindicações do movimento, tendo a participação do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e do Incra. Sendo assim, o órgão revela que a reunião não está confirmada, mas que integra um cronograma mensal de reuniões deste grupo de trabalho.

Em relação ao Convênio de Reversão de Terras Públicas, no valor de R$ 56 milhões, visando arrecadar terras devolutas na região do Pontal do Paranapanema, o Incra salienta que com a implementação deste instrumento será possível destinar cerca de 18 mil hectares de terras à reforma agrária na região. Em nota, salienta que "a obtenção de terras por meio deste convênio depende primordialmente do interesse dos proprietários das áreas em litígio em firmar acordos financeiros para a destinação de suas terras à reforma agrária".

"Confirmamos que até o momento o Itesp apresentou ao Incra duas propostas. Um dos imóveis já teve pagamento liberado e está na dependência de a Justiça conceder a posse ao Itesp; já o outro teve o laudo remetido ao Incra para análise, sendo que este foi reencaminhado ao Itesp, na última sexta-feira , para readequação e conclusão. Reafirmamos total interesse em acolher novas propostas por meio do convênio", acrescenta o Incra, em nota.
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