Mudança de comportamento altera prática de jejum, expõe religioso

PRUDENTE - Estevão Salomão

Data 09/02/2016
Horário 08:49
 

"O mais importante dos jejuns é aquele realizado consigo mesmo". A frase utilizada pelo pároco do Santuário de Santo Expedito, Umberto Laércio Bastos de Souza, reflete, conforme ele, o atual comportamento dos cristãos, especialmente sobre conceito de jejum e abstinência no período da Quaresma.

De acordo com o padre, o não consumo de carne ou bebidas alcoólicas é uma conduta que se difundiu ao longo dos anos, e que, atualmente foi substituída pela pregação do "jejum eclético". "Uma pessoa que trabalha, por exemplo, não pode deixar de comer a carne, pois esta é uma fonte de energia", esclarece.

Entretanto, Umberto explica que outros consumos devem ser deixados de lado na Quaresma, que se inicia amanhã e se estende até a terceira semana de março, considerando que o período, além de colocar à prova "o controle com nosso próprio corpo", é oportuno para a mudança de hábito alimentar e comportamental. "Evite aquilo que de maneira enganosa você acha que é substancial para sua via. Em vez do consumo, reverta esta economia em benefício do próximo", orienta.

Por sua vez, a origem do jejum, conforme o religioso, possui relação com o intuito de fazer penitência pelos pecados, "de modo a honrar e adorar a santa morte de Nosso Senhor", que, como prescrito na história, corresponde aos 40 dias que Jesus permaneceu no deserto, sem se alimentar. "O nosso deserto deve ser o encontro com Deus", menciona o sacerdote.

Tendo em vista a permanência dos alimentos fundamentais à saúde e à exclusão dos prejudiciais ou em excesso, o pároco diz que outras atitudes e hábitos alimentares podem complementar tal mudança. "O peixe e as bebidas não alcoólicas são opções de troca", observa.

 

Jejum


Historicamente, o jejum eucarístico é o fato de se comungar, sem nenhum alimento comum no estômago, em honra à Santíssima Eucaristia. Entretanto, ao longo dos anos, com os conflitos de fome, a prática foi alterada, passando a exigir o jejum num período mínimo de três horas antes da comunhão. "Atualmente esta prática é simbólica", aponta o religioso.

Conforme o padre, a fim de conservar suas origens, as crianças ou pessoas debilitadas que precisarem tomar algo antes da comunhão, como prova de sua capacidade física, devem, ao menos, tomar apenas líquido. "Vale lembrar que esta atitude deve ser benéfica à saúde, sem exageros", complementa o padre.

 
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