A faixa afixada na Avenida Joaquim Constantino, em Presidente Prudente, não informa a data de mudança, mas já preocupa os moradores do Parque dos Girassóis e Residencial Florenza, que utilizam a via para retorno aos seus bairros. Isso porque, em decorrência de uma ação civil pública ajuizada em julho pelo MPE (Ministério Público Estadual), a Prefeitura planeja converter o trecho urbano que margeia a Rodovia Raposo Tavares (SP-270), entre os quilômetros 567 e 568, em mão única. Na manhã de ontem, vizinhanças insatisfeitas com a decisão se reuniram ao titular da Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública), Oswaldo de Oliveira Bosquet, a fim de discutir o assunto e buscar uma solução que não prejudique os usuários.
De acordo com o advogado Fábio Serencovich, que também é residente do Parque dos Girassóis, se por um lado, a medida resolve o problema na Joaquim Constantino, por outro, cria mais problemas para a rotatória do Jardim Monte Alto, para onde o retorno aos bairros em questão seria transferido quando a alteração de sentido entrar em vigência. Segundo o representante, isso aumentaria o trajeto em 4,8 quilômetros. Ele acredita que a mudança é necessária, no entanto, é preciso viabilizar uma alternativa aos munícipes afetados.
A única possibilidade, nesse sentido, é a Estrada Boiadeira, contudo, o trecho ainda não dispõe de pavimentação e sistema de iluminação pública, prejudicando a visibilidade durante a noite. “O secretário nos passou que estão cumprindo uma decisão judicial e têm um prazo para isso. Contudo, uma audiência com o Ministério Público deverá ser marcada para que cheguemos a um consenso e, pelo menos provisoriamente, encontremos uma alternativa”, expõe.
“Isolados”
Para a condutora escolar Aline Suzuki, 34 anos, a decisão dificultará ainda o transporte escolar, uma vez que o veículo precisará atender inicialmente o Parque Residencial Nosaki e fazer todo o retorno para só então entrar no Girassóis e Florenza. Para ela, enquanto uma alternativa não é definida, a saída seria manter, por ora, a mão dupla para os cidadãos dos referidos bairros ou então asfaltarem a Estrada Boiadeira. “Isso permitiria que a gente passasse pelo Nosaki, entrasse nessa estradinha e já tivesse acesso ao Florenza e Girassóis. São apenas 500 metros de terra. É possível pavimentar e colocar iluminação, viabilizando entrada e saída”, argumenta.
Aline adianta que, caso a Semav não atenda aos moradores, o objetivo é ingressar com uma ação contra, considerando que a medida “isola” os bairros da cidade. “Inclusive, tira o acesso rápido para o Corpo de Bombeiros, polícia e serviço de ambulância em caso de emergência”, pondera. Para a vice-presidente da Associação de Moradores do Residencial Florenza, Maria Sirlene da Silva, a preocupação maior está relacionada ao risco de acidentes, tendo em vista que os condutores começarão a pegar a alça da Rodovia Raposo Tavares (SP-270) “4 ou 5 vezes por dia”. “A gente sabe que tem que haver mudança, mas gostaria que houvesse alternativa viável”, pontua.
Por segurança
Por meio de nota, a Semav informou que “está aberta a ouvir a população”, mas reitera que tal mudança de direção, em ambos os sentidos, se dará após estudos técnicos efetuados pelo Departamento de Engenharia de Trânsito da pasta, em conjunto com a Cart (Concessionária Auto Raposo Tavares). Reforça que há também recomendação do MPE para que a alteração ocorra. “O principal motivo da alteração na mão de direção se deve ao fato de constatar naquela via inúmeros acidentes de trânsito, inclusive com vítimas fatais, o que nos leva a proceder estas alterações visando dar maior segurança aos usuários e pedestres naquele local”, pontua.
