Munícipes cobram acessibilidade em parque

Grupo circulou com cadeira de rodas por pontos da Cidade da Criança e se deparou com dificuldades para se locomover

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 16/04/2016
Horário 09:09
Sentir da "pele" as dificuldades que um cadeirante enfrenta ao tentar andar pelo Parque Ecológico Cidade da Criança, em Presidente Prudente, e mostrar para a sociedade e órgãos competentes as barreiras encontradas no local. Estes foram alguns dos objetivos que fizeram parte de um ato de conscientização realizada por prudentinos na manhã de ontem. Com uma cadeira de rodas, o grupo circulou por diversos pontos do parque e registrou os problemas que a ausência de canais e equipamentos de acessibilidade, além da falta de manutenção no espaço podem ocasionar ao deficiente físico. Em comum, os participantes querem que os responsáveis pelo local tomem as devidas providências, de forma a garantir o "acesso seguro e de qualidade para toda a população".

Jornal O Imparcial Irregularidades no piso impedem passagem de cadeirantes

Presente na atividade, o estudante Wellington de Souza Neves, 30 anos, explica que a iniciativa foi tomada após um amigo – que também compareceu na ação – ir até a Cidade da Criança no domingo e ver que a sogra, que é cadeirante, não conseguiu andar pelo parque. Desta forma, resolveram ir ao local e conferir mais afundo como estão as condições e as opções de acessibilidade. "Resolvemos fazer um teste, em que nós mesmos tentamos nos locomover com a cadeira de rodas", conta.

O prudentino diz que não precisou de muito tempo para encontrar dificuldades. Entre os problemas, ele informa que faltam rampas para os cadeirantes, corrimãos, que existem muitas calçadas com piso danificado, buracos, galhos sobre as passagens e ainda barreiras que impedem a circulação, seja de cadeirantes ou não. "São muitas situações que prejudicam a locomoção", explana.

Esta visão, quanto aos problemas enfrentados em diferentes trechos da área de lazer municipal, também foi pontuada pelo estudante Michel Alan Silva do Nascimento, 22 anos. Ele foi quem compareceu com a sogra no parque e diz que ficou preocupado com a falta de meios e condições de acessibilidade na Cidade da Criança. "Tem muitos pontos irregulares, que não atendem às condições para que um cadeirante tenha acesso aos espaços", lembra.

Sobre a ação de ontem, o jovem acrescenta que foi uma forma de chamar a atenção da sociedade e dos órgãos responsáveis para que tomem as devidas providências para proporcionar um espaço de lazer onde as pessoas tenham o direito de passear sem transtornos. "São necessárias obras que facilitem o acesso pela extensão da Cidade da Criança", pede.

 

Condef

O presidente do Condef (Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência) e membro do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Presidente Prudente, Milton Takao Mizukawa, diz que ainda não tinha recebido nenhuma reclamação das condições e possíveis problemas de acessibilidade no parque. No entanto, esclarece que agora, a partir desta indicação, vai conversar com os representantes dos conselhos para que fiscalizem o local e confiram se os problemas procedem. Sendo encontrados, menciona que um ofício será encaminhado à Prefeitura para que tome as medidas para corrigir a situação.

Milton ressalta ainda que uma reunião será feita na segunda-feira, entre os conselhos municipais – que ocorre todo mês – e que o assunto seria encaixado na pauta dos debates. Orienta também que as pessoas que encontrem alguma dificuldade ou problema de acessibilidade na cidade entrem em contato com os órgãos, para que os membros tomem ciência. "Contamos com o apoio da população. Que informem sobre estes tipos de problemas", atenta.

 

Gepron


O Gepron (Instituto de Gestão de Projetos da Noroeste Paulista), que administra a Cidade da Criança até o mês de maio, esclarece que está "atento à Lei de Acessibilidade" e que existem setores no local que estão adequados, como o Complexo Astronômico, Planetário, Kartódromo Ayrton Senna, entre outros. "O Parque Aquático oferece toda acessibilidade, conta, por exemplo, com cadeiras apropriadas para se banharem nas piscinas", aponta. O instituto reitera que alguns setores necessitam de adequações, e que prevê realizar os ajustes necessários.
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