Mutirão de Gastro atende 178 pacientes em Prudente

Durante serviço, realizado no sábado, foram solicitados 80 exames laboratoriais e 77 exames de imagem para investigação, sendo 40 endoscopias e 37 colonoscopias

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 29/05/2023
Horário 15:17
Foto: Emerson Sanchez/Unoeste
Atendimentos foram prestados por especialistas da área e acompanhados por acadêmicos
Atendimentos foram prestados por especialistas da área e acompanhados por acadêmicos

Como parte das ações realizadas ao longo deste mês em apoio ao “Maio Roxo”, campanha nacional que é dedicada aos cuidados e à importância da prevenção em relação a doenças inflamatórias intestinais, a Famepp (Faculdade de Medicina de Presidente Prudente), da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em parceria com a Liga de Gastroenterologia e Cirurgia e a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), realizou no sábado, no Ambulatório Médico “Professora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima”, o “Mutirão de Gastro”, que atendeu pacientes da região de Presidente Prudente. Os atendimentos superaram as expectativas da organização. No total, 178 pessoas, entre homens e mulheres de várias faixas etárias, foram atendidas por médicos especialistas da área.

Durante os atendimentos, foram solicitados 80 exames laboratoriais e 77 exames de imagem para investigação, sendo 40 endoscopias e 37 colonoscopias.

Os atendimentos, oferecidos das 7h às 12h, foram realizados por quatro médicos, sendo três especialistas da área e um clínico geral. São eles, Vanderlei Gimenez (preceptor da Liga de Gastroenterologia e Cirurgia e professor da Famepp/Unoeste), Pedro Bauth, Eliane Rissato e Marina Bastos.

O responsável pelo ambulatório, o enfermeiro Bruno Alexandre Soto, garantiu que o mutirão foi um sucesso, já que o número de atendimentos superou todas as expectativas iniciais. “A expectativa foi assustadora. Não estávamos imaginando chegar tanta gente, mas até as 9h já tinha passado de 100 atendimentos, que era o máximo que estávamos esperando atender”, explicou.

Procuraram pelo mutirão pacientes que normalmente sofrem com problemas gástricos (a exemplo de dor epigástrica) e intestinais, como alteração de ato intestinal (pacientes com diarreia, intestino preso e sangramento). A maioria são pacientes que já vinham apresentando queixas há longa data e que aguardavam na fila do Estado para passar por médicos especialistas.

“Graças a Deus, a Unoeste, juntamente com a Faculdade de Medicina, vem fazendo esses mutirões e ajudando na qualidade de vida da população, porque à medida em que eles passam pelo nosso atendimento aqui e o médico detecta algum problema de saúde na triagem inicial, ele procede para que comece o tratamento imediatamente com os especialistas do ambulatório, que farão todo o acompanhamento”, completou Bruno Soto.

Pacientes com sintomas

A aposentada Maria Helena Bezerra, de 74 anos, soube do mutirão por meio da rádio. Moradora de Prudente, ela conta que passou por lá porque, há algum tempo, já vem sofrendo com dores abdominais e problemas no intestino. “Eu vim aqui pra cuidar da minha saúde. Quero fazer o tratamento que tiver que fazer para essas dores diminuírem. Graças a Deus, fui bem atendida por uma equipe generosa e bem educada, e o médico já me solicitou exames e passou uma receitinha pra eu tomar medicamento. Vou procurar fazer direitinho os exames que ele me pediu para saber do meu problema e ter a esperança de que tudo vai ser resolvido”, contou.

O médico que atendeu a Dona Maria foi Pedro Bauth, que falou da importância desse tipo de iniciativa para a saúde e o bem-estar da população. “As queixas gástricas intestinais são muito comuns e prevalentes na população. A importância do mutirão está justamente em identificar essas queixas e encaminhar esses pacientes para realizar os exames necessários, uma vez que uma queixa aparentemente simples pode esconder doenças perigosas, como câncer de intestino, câncer de estômago, doença inflamatória intestinal. Então, a importância do mutirão vem nesse sentido, da gente identificar a queixa dos pacientes e encaminhá-los para realização de exames e diagnósticos mais precoces”, explicou.

Sobre o caso da Dona Maria, o médico confirmou que ela chegou ao local com uma queixa de constipação intestinal. “A gente examinou ela, identificamos uma doença, prescrevemos o tratamento e solicitamos uma colonoscopia, que é um exame muito importante de triagem e rastreamento do câncer de intestino. E fica o alerta: mesmo pessoas que não estão sentindo nada, a partir dos 45 anos, têm que fazer uma colonoscopia como exame de prevenção mesmo. E com os pacientes trazendo essas queixas para a gente, esse exame se torna mais importante ainda”, pontuou.

Quem também foi atendida no mutirão é a dona de casa Rosemara Aparecida Rodrigues Ferreira, que, há um mês, vem sofrendo com dores constantes no estômago, além de azia e muita queimação. Ela foi atendida pelo médico Vanderlei Gimenez. Saiu do consultório satisfeita e com o pedido do exame de imagem (endoscopia) em mãos, a fim de investigar o problema.

“O atendimento foi excelente. Deveria ter mais, inclusive em outras áreas da saúde, para ajudar a população. No meu caso, o médico pediu para eu suspender o uso de anti-inflamatórios. Como vou fazer isso não sei, mas vou ter que fazer, porque ele falou que se eu não parar pode se tornar algo mais grave. Esse puxão de orelha, para mim, foi um presente de Deus, assim como a solicitação do pedido da endoscopia que não vou precisar pagar, pois farei aqui no ambulatório. Enfim, eu fui muito bem atendida, só tenho a gradecer por tudo”, ponderou.

Alunos acompanham

Durante o mutirão, todas as consultas médicas foram acompanhadas por 18 alunos da Medicina que já estão nos termos mais avançados. Por isso, em cada consultório, os médicos especialistas conduziam suas consultas orientando, além dos pacientes, os acadêmicos.

A acadêmica do 8º termo de Medicina, Aline Grippa, vice-presidente da Liga de Gastroenterologia e Cirurgia, expressou satisfação em relação ao envolvimento dos alunos nesse tipo de atividade, que os coloca em contato direto com o paciente. “Primeiramente, pela parte acadêmica, é muito importante para a aproximação entre paciente e aluno. Essa relação permite que nosso aprendizado seja humanizado. Isso contribui na nossa formação enquanto médicos e também no atendimento a esses pacientes que podem contar com a gente. Nós estamos aqui estudando, aprendendo com eles e com os médicos especialistas”, considerou.

Do 8º termo de Medicina, a aluna Maria Clara Redivo Amaral também destaca esse contato. “É gratificante poder aprender com os nossos professores, porque aqui a gente consegue demonstrar na prática o que a gente aprende na teoria. Essa humanização nos permite enxergar o paciente numa esfera biopsicossocial e não apenas sua doença. A gente olha o paciente como um todo, desde o psicológico até os sintomas, podendo diagnosticar o que ele tem, neste caso, doenças gastrointestinais”, comentou.

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