Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? São perguntas que, possivelmente, todo mundo já tenha feito em algum momento da vida. Também pudera. Saber quem somos e as nossas origens, bem como as razões pelas quais vivemos, podem interferir diretamente em nossa conduta e objetivos como seres viventes. Neste campo, religião e ciência travam uma verdadeira batalha por adeptos, com suas teorias do criacionismo e do evolucionismo, respectivamente, que tentam explicar a criação ou a evolução do homem.
Pela religião o embasamento para o criacionismo vem da Bíblia. No livro de Gênesis, logo no primeiro versículo do capítulo um, está escrito: “No principio criou Deus os céus e a terra”. Logo, a religião crê que Deus tenha criado tudo o que existe, inclusive o homem, e este a imagem e semelhança de seu Criador. Por sua vez, a ciência utiliza os escritos de Charles Darwin no livro A Origem das Espécies, de 1859, para defender que o homem foi resultado de uma longa evolução iniciada há cerca de cinco milhões de anos.
São teorias distintas, que divergem em muitos, ou quase todos os pontos, mas que tentam, mutuamente, trazer um sentido, uma razão para existência humana. Razão essa que, mesmo sendo a própria essência do ser chamado de animal racional (leia-se faculdade de raciocinar, apreender, de avaliar com correção, com discernimento; bom senso, juízo), tem sido abandonada. Vide os noticiários de polícia, política, ou economia, que diariamente despejam irracionalidades em nossos lares.
Em pleno 2017, a lei que predomina na sociedade vem da escola fundada por Epicuro no ano 300 a.C (antes de Cristo), que defende que o objetivo principal da vida seja o máximo possível de satisfação, enquanto nos afastamos de toda e qualquer forma de sofrimento. Pouco importa a sensatez, dizem, desde que haja prazer. E “viva o agora”. Talvez neste ponto o evolucionismo perca todo seu sentido, já que a humanidade está mais para regressão que para evolução.
A origem da humanidade é divergente, mas a urgência de um reencontro com seus primórdios é latente. O ser humano precisa saber de onde veio, para se reconciliar com seu hoje e, assim, vislumbrar a possibilidade de um amanhã melhor.