Não há lugar marcado no futuro

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 22/01/2022
Horário 05:32

O filósofo e palestrante Mário Sérgio Cortella, em uma de suas palestras para BRADILAN - Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos, disponível nas redes sociais, trata sobre princípios que norteiam o empreendedorismo de sucesso, a mudança e a inovação. O professor Cortella traz em sua fala o equilíbrio necessário para evitar modismos no esforço de inovação, valorizar as raízes que vêm do passado e se manter aberto ao aprendizado e às mudanças. Ensinamentos que permeiam a matéria de hoje e ajudam a refletir sobre a essência de ser um empreendedor de sucesso.

A inovação é a base da sobrevivência e crescimento empresarial, é a capacidade de identificar mudanças e se adaptar a elas.  É como dizia Leon C. Megginson “as espécies que sobrevivem não são as mais fortes, nem as mais inteligentes, mas sim aquelas que se adaptam melhor às mudanças”. Esta verdade universal precisa do olhar adiante, mas sem desprezar as raízes do passado. Pessoas que insistem em se vangloriar do sucesso que tiveram no passado, como se isso garantisse o sucesso no futuro, carregam âncoras que impedem de evoluir e aprender o novo. A experiência do antigo deve ser valorizada, contudo a mente deve estar voltada para o novo.

Inovar não é exclusivamente criar algo inédito, muitas vezes basta revigorar o antigo. Cortella cita o rádio, cursos presenciais e o circo como exemplo de coisas antigas que não perderam a essência, foram modernizadas, adaptadas a realidade e pensamento da sociedade de hoje, mas continuam com suas raízes profundas e mais fortes do que nunca. Um exemplo de inovação com raízes no passado é o Cirque du Soleil, considerada a maior companhia circense do mundo. Por outro lado, empresas que ancoraram no passado e insistiram fechar os olhos para as mudanças como Kodak, Olivetti, Orkut, America Online (AOL), Blockbuster e muitas outras, fecharam suas portas.

Portanto, como diz Cortella: “o empreendedor atento sabe que o velho é aquele que se fecha para o novo, que acredita conhecer a única maneira correta de fazer as coisas, que é refém da pobreza das próprias ideias e acredita que não precisa aprender”. Por isso, o antigo não significa velho e algumas coisas precisam apenas de ser revigoradas para se tornarem uma inovação. A energia do contato pessoal, o conhecimento de mercado, a personalização de um atendimento e a qualidade da comunicação, por exemplo, são antigas raízes que podem garantir um lugar de sucesso para o empreendedor no futuro, já que lá não há lugares marcados.

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