De olhos fechados, em pé, de joelhos, ou simplesmente parado. Com os olhos abertos e mãos à altura dos ombros, em momento de reflexão, ou melhor, de oração. Por volta das 8h de ontem, esse era o cenário na Catedral São Sebastião, em Presidente Prudente. Assim como em todos os anos, em 20 de janeiro, no dia do santo, que leva o título de padroeiro da cidade. E como de praxe, o feriado alusivo reuniu dezenas de fieis na área central do município, para mais uma vez celebrarem a data. Quem já foi atendido por São Sebastião, aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, agradecer.
É o caso da costureira Maria Ermelinda Couto, 74 anos. Discreta e sem querer dar muita propaganda, ela prefere não citar qual foi a graça concebida. Contudo, ela conta para a reportagem que permaneceu em oração durante uma semana, com vela acesa para o santo, solicitando uma intercessão para ajuda com problemas. Uma história que já tem 20 anos, mas ela gosta de lembrar, pois se recorda como era o momento e o quanto queria que a graça lhe fosse concedida.
E foi. Por isso, desde então, todos os anos ela levanta de manhãzinha e vai até à catedral para agradecer e bater um papo com o santo, como ela mesmo diz. “E foi assim, eu recorri, me emocionei com ele e recebi o que tanto queria. Então eu não posso deixar de agradecê-lo, pelo quanto ele foi bom comigo”, completa. Ainda de acordo com Maria, ela também não perde a procissão que é realizada todos os anos.
Assim como a aposentada Seberina Pessoa. Para ela, “com todo respeito”, a relação com o santo é tão íntima que até um noivo chamado Sebastião ela teve. “É pra você ver o quanto eu gosto dele e me simpatizo”, brinca. À reportagem, ela ainda comenta sobre o fato de ser o padroeiro da cidade, que faz com que a aproximação com a santidade seja ainda maior. Fora isso, Seberina lembra que as pessoas deveriam dar mais importância para a data.
E um modo de traduzir esse respeito seria não abrir o comércio, pelo menos é o que diz a Aparecida de Lima, 57 anos. Quem acompanhou a edição de ontem, deste diário, o monsenhor José Antonio de Lima, à frente da igreja, demonstrou indignação com a troca feita pelo comércio, garantindo trabalho ontem, em busca de emendar no feriado de Carnaval. Pensando nisso, Aparecida de Lima diz se sentir chateada, pois é uma falta de respeito.
“As pessoas pensam muito em lucrar e dinheiro e se esquecem de agradecer. Assim como todos os outros feriados, deveria ser respeitado e não levado de qualquer forma, só por ser feriado santo”, pontua Aparecida. No entanto, ela se sente feliz em poder fazer parte da celebração. Ainda ontem, outra missa foi realizada na Catedral São Sebastião, durante o período noturno, às 19h30. Logo em seguida, os devotos marcharam em procissão, para finalizar as celebrações que compõem o dia do santo.
