Nove usinas de cana aguardam selo Etanol Verde

Certificado garante reconhecimento às empresas que cumprem práticas sustentáveis ao meio ambiente; mercado é favorecido 

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 20/04/2018
Horário 18:57
Arquivo - Proteção e restauração de áreas ciliares e conservação do solo estão entre critérios analisados
Arquivo - Proteção e restauração de áreas ciliares e conservação do solo estão entre critérios analisados

Por meio do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, as usinas de cana-de-açúcar do Estado de São Paulo devem seguir algumas práticas sustentáveis para evitar que a produção e a indústria deste produto causem danos ao meio ambiente. Desta forma, as empresas que seguem critérios como a eliminação da queima, proteção e restauração de áreas ciliares e conservação do solo, garantem o Certificado Etanol Verde, renovado a cada ano. Em 2016, a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado contabilizou oito usinas certificadas. Já em 2017, as mesmas buscaram renovação do selo, contudo, a inserção da Usina Conquista do Pontal, de Mirante do Paranapanema, aumentou a demanda para nove, e aguardam aprovação.

Para Djalma Weffort, presidente da Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar), o selo é importante para que haja o monitoramento e acompanhamento das atividades de boas práticas destas usinas na área ambiental. De acordo com ele, a tendência é aumentar a procura e aperfeiçoar os trabalhos, uma vez que “todas as usinas de açúcar devem ter como prioridade a adequação ao meio ambiente”.  

O presidente explica que é necessário ter o reconhecimento porque isso contribui positivamente para a maneira pela qual a sociedade observa o trabalho da usina. Ele cita que a construção de um espaço para a produção de cana degrada o solo, além de contribuir para o fim da mata ciliar em beiras de rios. “Isso causa problemas ambientais, como na qualidade da água” e buscar maneiras que não causem danos ao meio ambiente é “essencial”.

Além isso, o presidente da Apoena conta que existem empresas que utilizam os próprios funcionários para fazer projetos de restauração ambiental, principalmente em áreas de preservação permanente, que ficam às margens dos rios e nascentes. Ele acrescenta que a região de Prudente possui uma área com o solo “bastante degradado” e inclusive, regiões que tiveram a mata ciliar devastada. “O papel da sociedade e, particularmente das usinas, é recuperar esse espaço”, expõe.

 

Mercado favorecido

De acordo com Milton Ribeiro Sobral, presidente da Sindetanol (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Biocombustível), o selo verde motiva as empresas a não poluírem o meio ambiente e isso pode favorecer mercadologicamente o trabalho da usina, bem como preparar melhor o local em que desenvolve a produção.

Dessa maneira, explica que a preservação ambiental é primordial tanto para as pessoas, quanto para as usinas que contribuem ao bem-estar da natureza.

Ricardo Jampani Picinini é engenheiro ambiental da Usina Caeté, gerenciada pelo Grupo Carlos Lyra. Ele afirma que o protocolo Etanol Verde exige da empresa grandes investimentos devido à demanda de novos equipamentos e mudança nas técnicas produtivas. Dessa maneira, acredita que as mudanças implantadas geram ganho ambiental, o que acarreta na redução considerável no custo de produção. “Isso comprova que estamos produzindo etanol de forma sustentável, além de melhorar nossa imagem frente ao mercado e à sociedade”, afirma.

 

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PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS ANALISADAS NAS USINAS

- Eliminação da queima

- Adequação à Lei Federal 12.651/2012

- Proteção e restauração das áreas ciliares

- Conservação do solo

- Conservação e reuso da água

- Aproveitamento dos subprodutos da cana-de-açúcar

- Responsabilidade socioambiental e certificações

- Boas práticas no uso de agrotóxicos

- Medidas de proteção à fauna

- Prevenção e combate aos incêndios florestais

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente

 

 

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