Com a chegada de novembro, inicia-se um dos períodos mais importantes para o equilíbrio ambiental das águas brasileiras: a piracema, fase em que os peixes sobem os rios para se reproduzir. De 1º de novembro de 2025 a 28 de fevereiro de 2026, entra em vigor a proibição da pesca em diversos pontos da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, conforme determina a Instrução Normativa nº 25/09. Mais do que uma regra legal, trata-se de um compromisso ético e coletivo com a preservação da fauna aquática e com o futuro das próximas gerações.
A Polícia Militar Ambiental, responsável pela fiscalização, reforça que as restrições seguem os mesmos moldes dos últimos anos: está proibida a pesca em lagoas marginais, a menos de 500 metros de confluências de rios e desembocaduras, bem como em áreas próximas a barragens, cachoeiras e corredeiras — locais fundamentais para o ciclo reprodutivo das espécies. O objetivo é garantir que os peixes possam desovar em segurança, mantendo a renovação natural dos estoques pesqueiros.
Infelizmente, ainda há quem enxergue a piracema como um obstáculo ou mero impedimento à atividade pesqueira. Essa visão precisa ser superada. Respeitar a piracema é proteger a própria base da pesca, é agir com consciência ecológica e responsabilidade social. Cada cidadão que colabora evita o colapso ambiental e assegura que rios, lagos e represas continuem vivos, férteis e produtivos.
O respeito à piracema é um ato de cidadania e amor pela natureza. É reconhecer que o equilíbrio ambiental depende de gestos individuais, de escolhas éticas e do entendimento de que o desenvolvimento sustentável só é possível quando o homem aprende a conviver em harmonia com o meio ambiente.
Proteger a vida que brota nas águas é proteger o futuro. E o futuro, neste caso, começa com um simples gesto: respeitar a piracema.