Ocupação de leitos UTI Covid-19 segue alta na região de Prudente

Um dia depois de atingir os 100% de lotação nos leitos de UTI destinados à pandemia, DRS-11 chegou aos 98,6% de ocupação

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 13/04/2021
Horário 18:55
Foto: Freepik
Ocupação de leitos UTI na região segue alta e próximo dos 100%
Ocupação de leitos UTI na região segue alta e próximo dos 100%

A taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao tratamento da Covid-19 segue alta no DRS-11 (Departamento Regional de Saúde) de Presidente Prudente. Um dia depois de registrar 100% de ocupação desses leitos, a região, na atualização desta terça-feira, registrou 98,6% de ocupação total, sendo que na maior cidade regional todos os hospitais ainda apresentavam a ocupação máxima. Em toda a região, conforme este último balanço, eram 144 adultos internados em uma vaga de UTI para a Covid e sete crianças. A ocupação de leitos enfermaria, por sua vez, ficou em 78,8%, com 309 adultos e 10 crianças internadas. 
Para a primeira vice-presidente da Unipontal (União dos Municípios do Pontal do Paranapanema) e prefeita de Presidente Epitácio, Cassia Furlan (PSDB), o cenário vivido hoje pelas cidades da região é “extremamente preocupante”, ainda mais agora que diversos são os hospitais que, no momento de maior necessidade, enfrentam a falta de medicamentos essenciais, como é o caso dos sedativos na Santa Casa de Presidente Epitácio, que em nota informou que tem estoque para o atendimento apenas até amanhã. 
“Lembrando que essas medicações em falta também são utilizadas, por exemplo, em cirurgias e não apenas para intubações de Covid-19, o que redobra ainda mais a nossa preocupação. No entanto, era uma situação já esperada, pois autoridades e especialistas alertavam para um mês de abril como o pior mês”, afirmou Cássia. A prefeita, e presidente da entidade, esteve na capital paulista hoje e afirmou para a reportagem que ouviu do próprio Estado que onde houver disponibilidade, o governo de São Paulo deverá garantir a abertura de novos leitos. “O difícil, no entanto, é viabilizar equipes profissionais e que consigam tocar esse maior número de leitos”. Além disso, apontou que é notório o desgaste emocional dos profissionais, que já atuam na linha de frente, o que também traz preocupação para os administradores. 
Sobre o papel dos municípios da região nesse combate ao colapso da saúde, Cássia afirma que os gestores locais já há algum tempo estão se apoiando, em conversas constantemente, e juntos na busca pela solução desse grande problema. Lembrou sobre a junção desses prefeitos, por meio de consórcios, por exemplo, e que já pleiteiam pela aquisição de vacinas para o oeste paulista, o que para ela é uma das saídas encontradas. “Precisamos continuar, e reforçar, as medidas de prevenção, como o distanciamento social e conseguir o maior número de vacinas o quanto antes. Precisamos de mais habitantes vacinados e priorizaremos a vida neste momento”.  

Visão do Estado sobre o colapso

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde expôs que tem feito sua parte, e ressaltou que é fundamental que os municípios compreendam e contribuam com este esforço conjunto, diante do recrudescimento da pandemia e da elevação de casos, internações e vítimas fatais da Covid-19. “É importante lembrar que a expansão de leitos não é prerrogativa exclusiva do Estado, sendo também atribuição dos municípios e da União”. Apontou ainda que no início de março, a Secretaria Estadual de Saúde implantou 10 novos leitos de UTI Covid e 10 de enfermaria no Hospital Regional de Prudente. 
“Hoje, a unidade conta com 40 leitos UTI e 67 de enfermaria exclusivos para atendimento à Covid-19. Este hospital atua com caráter referenciado justamente por dedicar-se aos casos graves e gravíssimos não apenas de coronavírus, como de outras patologias, sendo responsabilidade da rede primária absorver a demanda de casos menos complexos”. Apontou, por fim, que estão em andamento as medidas para adaptação do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Dracena como hospital de campanha.

SAIBA MAIS
Anteriormente, o infectologista André Pirajá chegou a afirmar que o colapso na saúde é uma falha no sistema, que não consegue dar vazão para atender as pessoas, e quando há uma sobrecarga para além do que os 100% de leitos disponíveis para atender a uma demanda, ou seja, o que se vive hoje na região. “Atualmente, temos muito mais do que 100% de leitos UTI ocupados, e isso mostra que já vivemos o colapso da saúde”. Além disso, o médico que atua na linha de frente afirmou que com a lotação nos leitos, muitas pessoas poderiam morrer por falta de assistência, o que já vem sendo anunciado na região, como em Epitácio, com estoques limitados de sedativos. “A palavra é caos, temos profissionais cansados, amedrontados e emocionalmente abalados. Somos treinados para salvar vidas, mas vemos pessoas morrendo por não termos como dar assistência”.

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