Oppenheimer: o pai da bomba atômica

O filme longa-metragem “Oppenheimer” (2023) explicita de forma pedagógica a origem e o desfecho da destrutiva bomba atômica. Tem como diretor Christopher Nolan e é um filme científico. É a história do físico J. Robert Oppenheirmer e a reprodução de uma realidade dura, enfatizando a cientificidade da física pelos vértices da maldade e destrutividade, ou seja, uma narrativa em direção à morte. 
Enquanto Sigmund Freud é considerado o pai da psicanálise, Oppenheimer é considerado o pai da bomba atômica. O físico Oppenheimer fez seu doutorado na Europa em Mecânica Quântica, quando a pesquisa estava acontecendo e em seu ápice. Ele teve contato com as pesquisas e ideias durante sua estadia na Europa e foi o responsável para levar esse conhecimento aos Estados Unidos. Esse foi um dos fatores que o tornou a pessoa ideal para a pesquisa de fissão nuclear e reação em cadeia no projeto Manhattan. 
Antes mesmo de Oppenheimer ir à Europa, Albert Einstein, no começo do século XX, introduziu sua famosa equação (E=m.c²), mostrando que matéria e energia são equivalentes. Um dos principais resultados dessa equação é que a matéria pode ser transformada em energia e seria possível utilizar essa energia de alguma forma. 
Anos mais tarde, a comunidade cientifica percebeu que essa simples equação poderia criar uma ferramenta de destruição em massa. A fissão nuclear seria uma forma de aproveitar a energia que a matéria nos oferece. Isso acontece quando o núcleo de um átomo se divide em dois ou mais átomos com núcleos menores. Na teoria, um núcleo de átomo pode se dividir quando é bombardeado por uma partícula de nêutron, forçando o núcleo a se dividir em dois e liberando uma quantidade de energia. E assim, no filme “Oppenheimer”, fica com medo da reação em cadeia não parar e iniciando um processo na própria atmosfera que não teria fim, queimando o planeta. Ele procura Einstein para conversar e este não lhe dá atenção e o deixa falando sozinho. 
Einstein foi procurado muitas vezes para desenvolver a bomba química ou outra qualquer. Ele recusou. E Oppenheimer continua suas pesquisas descobrindo um erro nos cálculos e que a chance da reação em cadeia continuar na atmosfera, era próxima de zero. E mostra a eficácia de sua pesquisa jogando a bomba em Hiroshima e Nagasaki. Os bombardeamentos atômicos foram dois, realizados pelos Estados Unidos contra o Império japonês, durante os estágios finais da Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1945. Dentro dos primeiros meses, após os ataques atômicos, os efeitos agudos das explosões mataram entre 90 a 166 mil pessoas em Hiroshima e 60 a 80 mil seres humanos em Nagazaki, cerca de metade das mortes em cada cidade ocorreu no primeiro dia. 
Quero saudar os povos de Hiroshima e Nagazaki com mil tsurus. E pedir perdão pelo mau uso da genialidade de alguns cientistas e ao mesmo tempo sua autossuficiência estúpida e monstruosa. E saudar Sigmund Freud, que em nome do amor e preocupado com o destino da dor humana, criou a psicanálise. Por que a guerra? Perguntou Einstein a Freud. Compartilho um pequeno parágrafo de uma longa carta escrita por Freud a Einstein, em resposta: “É, pois, um princípio geral que os conflitos de interesses entre os homens são resolvidos pelo uso da violência. É isto o que se passa em todo o reino animal, do qual o homem não tem motivo por que se excluir”. [Viena, setembro de 1932] 
 

Publicidade

Veja também