Orar costuma fazer bem

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 09/08/2020
Horário 05:00

A oração é considerada, ensinada e praticada pelos santos e outros mestres, sejam acadêmicos, sejam espirituais da Igreja. Não se concebe uma experiência religiosa sem a vivência da oração. Numa definição simples a oração é um diálogo. O orante se coloca diante da divindade e com ela entabula uma conversa franca, sem delongas nem palavras emboladas; é o encontro de dois corações que se amam e se querem. Há correntes e escolas de oração com métodos e formulários. Todos úteis, nenhum suficiente. A pessoa que ora deve assimilar a sua própria forma de conversar com Deus. Ter o seu tempo, o seu ritmo, as suas palavras, sobretudo, o desejo de estar ali, em presença dialogal.

As crianças aprendem a rezar com seus pais, no colo quente do afeto doméstico. Rezam de ouvir. Rezam de ver. Rezam de repetir. Rezam de assimilar. Se os pais não rezam, como aprenderão a rezar as crianças? Se os pais não silenciam diante do mistério, como saberão as crianças que há um ser supremo com quem se pode e se deve viver em comunhão de afeto e profunda amizade? Se os pais são tão bons e procuram não deixar faltar nada aos seus filhos, tanto mais o Pai do céu dará ao que reza o Espírito Santo. Esse vem em socorro da fraqueza humana, que não sabe rezar como convém.

Numa comunidade (ou na sociedade) o sacerdote é visto como o homem de oração. Há quem até o veja como privilegiado no trato com a divindade. “Padre (pastor) reza (ora) por mim, pois o senhor tem mais acesso (mais intimidade) com Deus”. Ah se fosse assim! Não se pode negar que dos sacerdotes se espera uma vida íntima com Aquele ao qual serve de forma singular na Igreja. Espera-se do sacerdote uma vida de oração constante, regular, profunda e fecunda. Ter capacidade de escolher o principal e cuidar dele (como aconteceu naquela casa em Betânia, no encontro de Jesus com as irmãs Marta e Maria; cf. Lucas 10,38-42). Não abrir mão de cultivar a conversa, o afeto, a escuta... Mas nem todo sacerdote é, por assim dizer, um mestre de oração.

Ele oficia os momentos litúrgicos, trazendo à comunidade de fieis o sacramento (feito de palavra e de sinal). Ele aponta o mapa da Palavra porque estudou e acredita na força dessa Palavra como atuação (e atualização) no agora da história e na possibilidade de transformação dos corações que a ela se abrem. Uma comunidade orante é feita de gente que acredita, reza e se une ao redor da mesma mesa, ouvindo o mesmo e único Senhor, deixando-se modelar por Ele. Além da comunitária, ninguém deve se eximir da oração pessoal. Que seja simples. Mas que seja!

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

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