Há quase dois anos, este diário acompanha periodicamente a situação de uma mata aberta localizada na Rua Rosária Maldonado, na altura do número 258, no Jardim Ouro Verde, em Presidente Prudente, cujas condições de conservação favorecem a proliferação de animais indesejados, especialmente escorpiões. A auxiliar de escritório, Luciana Mangueira Doroteu de Carvalho, 32 anos, no entanto, já convive com o problema há mais tempo. Na realidade, ela criou o filho de 7 anos em meio a este cenário de insegurança. “A gente vem brigando com a Prefeitura desde que ele tinha 1 aninho, mas até agora nada de efetivo foi feito”, expõe.
Ela conta que, pressionada pela família, uma equipe da administração esteve presente no local esta semana para fazer a limpeza da área, contudo, o que os moradores querem de fato é a implantação de um alambrado e uma calçada defronte à referida área. Conforme já noticiado por este diário em publicações anteriores, a população acredita que o cercamento e a pavimentação do entorno contribuiriam para inibir a passagem do bicho para a rua, além de restringir o descarte inapropriado de entulhos por parte da população. Em março de 2017, a Prefeitura estabeleceu um prazo para a instalação dos dois dispositivos, mas não o cumpriu. Em outubro daquele ano, comunicou que ainda buscava recursos para a compra dos materiais e execução da obra. Novamente procurada, o Executivo não se posicionou.
Enquanto Luciana não vislumbra uma solução para o problema, ela toma medidas protetivas para a segurança da sua família. A auxiliar de escritório já vedou todas as frestas de portas e janelas, bem como ralos e até mesmo interfone e interruptores. Ela conta que, diante da ineficiência da ação administrativa, já sentiu vontade de deixar o bairro, porém, está impossibilitada porque ainda paga a residência em que mora. “Minha mãe foi picada na calçada e flagrei um escorpião perto do meu filho no banheiro. Eu não posso abrir as janelas para ventilar e nem deixar meu menino brincar no quintal, pois tenho medo dos escorpiões atacarem. Estamos presos dentro de nossa própria casa”, lamenta.
A Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) informa que, por se tratar de uma APP (Área de Preservação Permanente), a Prefeitura realiza a conservação e pede que os moradores não descartem lixo neste local, o que configura crime ambiental e deve ser denunciado por meio da Central de Atendimento 156. Reitera que o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) também executa o trabalho de prevenção e conscientização para que o morador mantenha o local sempre limpo.
