"Para provar inocência”, homem carrega cruz a pé pela rodovia

PRUDENTE - JEFFERSON MARTINS

Data 24/09/2016
Horário 11:48
 

Um homem carregando uma cruz no acostamento da Rodovia Raposo Tavares (SP-270) chama a atenção de qualquer um. E é exatamente este o objetivo de Paulo Cícero de Lima, 55 anos, de Itapevi (SP). Ele conta que ficou 16 anos preso "injustamente", por uma acusação de assassinato. Amparado pela fé, Paulo quer ajuda para provar inocência e reconstruir a vida. Recentemente, foi de São Paulo a Brasília (DF) em menos de um mês. Agora, o seu plano é mais audacioso: ir até os Estados Unidos.

Na quinta-feira, a sua passagem foi no trecho urbano que margeia Presidente Prudente. Nem mesmo a cruz de 40 kg sobre as costas, e o sol que chegou a bater a casa dos 28ºC, lhe tiram a vontade. "Eu saí da cadeia em 2009, fiz a minha investigação, consegui todas as provas e pedi uma confirmação para Deus, que me mostrou a cruz", fala. "Quero casar novamente, ter um futuro e tenho fé em Deus, que o povo vai me ajudar", completa.

Jornal O Imparcial Paulo conta que a ideia é andar até que alguém o ajude

Paulo revela que o "suposto crime" ocorreu em um vilarejo em Atibaia (SP), onde estava de passagem, dormindo em uma construção. Uma moça de 21 anos foi assassinada em frente ao seu filho de quatro anos. "Fui entrevistado e saí nas primeiras páginas do jornal de Atibaia, com o título de: ‘Andarilho jura ser inocente’", lembra. As recordações do fatídico dia chuvoso estão vivas na memória dele, cada detalhe. "Estava sujo de sangue de galinha que eu tinha matado, encontrei com uma viatura e fui preso", recorda.

 

Reabrir o processo

Paulo afirma ainda que, na época, sua roupa foi recolhida para análise, junto a uma universidade, porém, o juiz acatou o depoimento dos investigadores e o processo foi arquivado. "Ele me condenou a 21 anos em regime integral fechado", fala. Questionado sobre o que pensam as pessoas sobre a sua ideia, o andarilho conta que recebe muita ajuda. "Muita gente vem, conversa comigo, me dá comida. Quero que o meu processo seja reaberto e com fé em Deus vai ser. Estou com o pé machucado e andando devagar, mas logo vai melhorar e eu viro uma bala por aí até alcançar o que busco", conta.

 
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