Somos convidados a repensar nossas intenções todos os dias, por mais que antecipemos aquilo que acreditamos ser o caminho certo. O cenário atual nos alerta e nos impulsiona a decisões ou incertezas que valem dos acontecimentos, o que foi definido, principalmente, diante de um mundo cada vez mais acelerado. A vida sempre foi um verdadeiro palco, onde por mais que não estejamos tão a fim de representá-la, ela não permite ensaios, é necessário ação. E nisso ficamos diante de perspectivas que nos empurram diariamente a pensar demais, qual atitude realmente devemos tomar.
Daniel Kahneman, psicólogo, ganhador do Nobel de economia, revolucionou nossa compreensão sobre como pensamos e decidimos. Em seu livro “Rápido e Devagar”, ele mostra que o excesso de racionalização pode ser tão perigoso quanto o impulso. Pensar demais – ou confiar na intuição – nos faz cair em armadilhas mentais: excesso de confiança, viés de confirmação, ancoragem... A lição é simples e poderosa: decidir bem não é pensar mais, é saber quando parar para pensar. Duas formas de pensar, ele mostra que temos dois sistemas mentais: Sistema 1: rápido, intuitivo e emocional. Sistema 2: lento, racional e analítico. O problema é que, em um mundo acelerado, deixamos o sistema 1 assumir totalmente o nosso controle.
Então, o momento é sublime a toda essa iniciativa que podemos ter como saída de nossas intenções, e várias delas, sem dúvida, agimos pelo instinto sem análise, como um predador que decide o que precisa ser feito. Assim podemos lidar com o excesso de confiança, mesmo acreditando que nosso start nesses impulsos seja a melhor alternativa do que realmente queremos para as nossas vidas. O que tange uma certa vulnerabilidade de não estarmos prontos para o que seja o ideal.
Mesmo distante de casa, neste exato momento, busquei numa proximidade favorecer a quem necessitou de um apoio como forma instintiva de minha presença. E sem me prolongar muito, como forma de que estive presente, retribuí dizendo das possibilidades de que suas lágrimas não iriam resolver nada, a não ser um certo alívio momentâneo, mas que daqui alguns instantes deverá retomar o que somente ela pode agir como forma de atitude. Isso me fez agir naturalmente diante do sistema 1 de Daniel Kahneman, isto é, rápido, intuitivo, mas moderadamente sem me envolver no emocional. Seria isso então?
E aí, pensamos juntos de uma semana sem subjugar: entre uma despedida de um grande jornalista, o que naturalmente alguém irá substituí-lo em breve, fica um legado, ou uma grande ação movimentada com perdas de vidas, sem se levar em conta que eram pessoas de boas índoles ou não, mas que praticamente se fez necessário por aquilo que já algum tempo tinha que ser feito? Estamos a cada dia praticando e vivenciando a nossa capacidade de discernimento do que nos vale, numa velocidade tamanha sem percepção.