Pesquisa debate impactos da quarentena

Estudo afirma que não há certo ou errado em relação ao uso ou não da política pública, mas afirma que do ponto de vista econômico, reflexos serão negativos

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 14/05/2020
Horário 08:31
Cedida - Alexandre: “Não existe conclusão do que é melhor, se determinar ou não a quarentena”
Cedida - Alexandre: “Não existe conclusão do que é melhor, se determinar ou não a quarentena”

Após semanas de estudos, o pesquisador e pós-doutor em Desenvolvimento Regional, o professor Alexandre Bertoncello, de Presidente Prudente, publicou ontem uma pesquisa que objetiva, principalmente, discutir políticas públicas eficientes no que diz respeito ao combate à Covid-19. Entre as análises está a eficácia da quarentena, medida adotada em diversos Estados do Brasil, mas também em inúmeros países em todo o mundo. “Não existe conclusão do que é melhor, se determinar ou não a quarentena. A única certeza é a de que aqueles países que aplicaram ela destruíram suas economias”, aponta.

Este cenário de quarentena, conforme o professor, colocou nele algumas dúvidas, como qual seria a capacidade dos sistemas de saúde, ou então o grau de contágio acima da média e os impactos socioeconômicos causados pelo novo coronavírus. Para as análises, Alexandre utilizou relatórios da OMS (Organização Mundial da Saúde) desde quando tiveram início as discussões, até o dia 4 de abril, quando a pesquisa foi finalizada para sua escrita e conclusões.

“A Covid-19 vinha crescendo como qualquer outra infecção e proporcionalmente seguiram-se os números de mortes, com uma média de 5% dos infectados”. Para obter mais respostas como essa, ele separou os países por blocos, o que permitiu encontrar as diferenças entre cada nação no que diz respeito ao combate à pandemia e suas realidades individualizadas. “Para o meu espanto, os mais infectados eram justamente os países que estavam adotando a quarentena, e foi quando vi que havia algo errado”.

Por isso, o trabalho mostrou que a quarentena, em relação aos números de infectados, não tem impactos significativos. Isso pode ser explicado, no entanto, por fatores geográficos, clima e densidade populacional. “No Brasil, por exemplo, o fator clima poderá piorar a situação no inverno”. Uma certeza, no entanto, é descrita no estudo: do aspecto econômico, a Covid-19 já está entre os três maiores responsáveis por crises mundiais da economia moderna.

“A política pública que visa preservar vida é justamente a que vai destruir a economia”, pontua.

SAIBA MAIS

A pesquisa completa e com todas as informações e análises do tema será publicada na Revista Colloquium Socialis, que pode ser acessada por meio do link: http://journal.unoeste.br/index.php/cs.

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