PIB da região cresce 0,4% no segundo trimestre, aponta Seade 

Em valores correntes, foram R$ 9,682 bilhões de maio a junho deste ano; no comparativo com mesmo período do ano passado, crescimento foi de 1,3%

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 21/10/2023
Horário 04:00
Foto: Maurício Delfim Fotografia
Especialista cita fortalecimento da construção civil como um dos fatores que ajudaram a economia
Especialista cita fortalecimento da construção civil como um dos fatores que ajudaram a economia

O PIB (Produto Interno Bruto) da região de Presidente Prudente cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2023 em comparação com ao trimestre anterior, de janeiro a março. Os dados foram apurados pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e considera 28 municípios do oeste paulista.

Em valores correntes, o valor do crescimento do PIB no segundo trimestre foi de R$ 9,682 bilhões de maio a junho deste ano. Já no comparativo com o mesmo período do ano anterior, o crescimento do PIB da região foi de 1,3%. 

Segundo o Seade, no acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB na região foi de 3,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. 

No Estado de São Paulo

O PIB do Estado de São Paulo no segundo trimestre de 2023 avançou 0,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB paulista cresceu 3,0% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

Análise do economista

Para o economista Adriano Machado Santos, o ligeiro crescimento do PIB no segundo trimestre está associado a uma conjunção de fatores: da transferência de renda por meio dos programas sociais do governo federal, que auxiliam as pessoas a voltarem a participar da economia, ao fortalecimento da construção civil.

“Um fator interessante é que a transferência de renda do governo federal impulsionada pelos programas sociais ajudou a colocar dinheiro na economia. Feito isso, a gente vê um avanço no consumo de bens e serviços. Isso não foi só para a nossa região, mas, sim, na economia do país como um todo”, pontua o economista. 

De acordo com o especialista, o avanço também pode ser em grande parte atribuído à expansão do setor da construção civil. Ele destaca que a cadeia produtiva desse setor, conhecida por ser intensiva em mão de obra, está prosperando, gerando uma demanda significativa por trabalhadores e reintegrando mais pessoas à economia local. “Toda a cadeia do setor da construção civil, que é intensiva em mão de obra em toda sua produção, está indo muito bem, absorvendo mais pessoas. Mais gente trabalhando, mais pessoas que voltam para a economia para gastar”. 

Foto: Arquivo

Adriano: “Mais gente trabalhando, mais pessoas que voltam para a economia para gastar”

Controle da inflação

Adriano Machado também aponta para outro fator que contribuiu para o progresso econômico: o controle da inflação. Ele ressalta que, à medida que as pessoas percebem uma desaceleração nos preços, torna-se mais fácil para elas planejarem seus gastos e tomar decisões de consumo de forma mais estável. Isso, por sua vez, tem impactos positivos não apenas na economia regional, mas também na economia nacional. 

Comparação com o Estado

De acordo com a Fundação Seade, a região de Presidente Prudente respondeu por 1,2% de participação no PIB no Estado de São Paulo, em 2022.

O economista ressalta que, apesar do crescimento local, os dados também destacam a necessidade contínua de promover o desenvolvimento econômico na região, que ainda enfrenta desafios em comparação com o Estado. “Estes dados também mostram que a região administrativa de Prudente é uma área carente de pujança econômica, em comparação com o Estado. Porém, é importante esta questão do avanço, do crescimento do PIB”, indica Adriano. 

Entenda o PIB

Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, Estado ou cidade, geralmente em um ano. Os bens e serviços finais que compõem o indicador são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Dessa forma, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.

Ainda segundo o instituto, o PIB não é o total da riqueza existente em um território. “Esse é um equívoco muito comum, pois dá a sensação de que o PIB seria um estoque de valor que existe na economia, como uma espécie de tesouro nacional”, explica. “Na realidade, o PIB é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período. Se um país não produzir nada em um ano, o seu PIB será nulo”, completa.

Foto: Marcello Casal JR./ABr

No acumulado dos últimos quatro trimestres, PIB na região foi de 3,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores

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