Plantas daninhas podem reduzir produtividade da soja em até 60%, com reflexo no preço de carnes, leite e ovos 

Cristiano Machado

COLUNA - Cristiano Machado

Data 27/10/2022
Horário 06:01
Foto: Texto Rural/Divulgação 
Eliane Kay: “A eficiência de soluções tem ajudado o país a garantir safras recordes anuais”
Eliane Kay: “A eficiência de soluções tem ajudado o país a garantir safras recordes anuais”

Japão, Alemanha, Itália, Uruguai e Inglaterra: o que esses países têm em comum? O território dessas nações é menor do que a área com plantio de soja no Brasil. São mais de 391 mil quilômetros quadrados de lavouras, que geram uma produção riquíssima, estimada em R$ 342 bilhões para as propriedades rurais, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A produção para este ano é estimada em 152 milhões de toneladas e, deste total, 95 milhões toneladas são exportadas para dezenas de países. Os dados são do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). 
"A soja tem sido muito importante para a economia nacional. Além de ser utilizada na alimentação humana, é um recurso importante para a nutrição animal. Tanto é que eventuais quebras de oferta podem gerar elevação de custos para várias cadeias produtivas, afetando pecuaristas, produtores de leite, avicultores, suinocultores e produtores de peixes, fazendo com que as carnes, o leite e os ovos fiquem mais caros para os consumidores", comenta a farmacêutica-bioquímica, Eliane Kay, diretora executiva do Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal). 

Plantas daninhas 
A alta produtividade da soja é constantemente ameaçada por desafios ambientais – que incluem pragas e doenças – mais intensos no Brasil em relação aos outros países, devido ao clima tropical – ideias para os inimigos da agricultura. As plantas daninhas, especificamente, possuem grande potencial para devastar lavouras. Exemplos desses inimigos são a buva, o picão-preto, o capim-colonião e o capim amargoso, os quais, segundo estudos, podem reduzir a produção em até 60%. 
"O capim amargoso, como outras plantas daninhas, entra em competição por água e nutrientes com a soja, o que atinge em cheio seu cultivo. Sem o manejo adequado do problema, considerando o máximo potencial da praga, o prejuízo poderia superar R$ 205 bilhões", comenta Eliane Kay. “Estudo da Embrapa indica que o custo de produção em lavouras infestadas por capim amargoso pode aumentar em, até 165%.” 

Melhor opção 
O uso de herbicidas registrados e com comprovação científica representam a melhor opção para os agricultores no combate às plantas daninhas. "Por meio de um amplo ciclo de pesquisa e desenvolvimento, a indústria de defesa vegetal tem fornecido tecnologias seguras e inovadoras para auxiliar os agricultores no manejo desse importante problema fitossanitário. A eficiência dessas soluções tem ajudado o país a garantir safras recordes anuais", afirma a diretora do Sindiveg. 
Os insumos agrícolas, antes de serem disponibilizados para comercialização e utilizados nas plantações brasileiras, passam por um rigoroso processo regulatório que leva, em média, cinco anos e envolve a avaliação pelo Ministério da Agricultura, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). É este sistema regulatório robusto que garante a segurança dos produtos para o produtor rural, para a população e para o meio ambiente.  (Rafael Iglesias, da Texto Comunicação)


Intercâmbio: Técnicos do PR buscam em PP auxílio para manejo correto do maracujá 

 O manejo do maracujazeiro, importante cultura frutífera no Paraná, passou recentemente por mudanças para minimizar os estragos causados por uma virose, detectada há alguns anos. A constatação de que o vírus CABMV (sigla em inglês para “vírus do mosaico do caupí”) havia chegado ao Estado aconteceu durante um curso do Senar-PR realizado na região Noroeste. Na ocasião, os instrutores da entidade ministravam uma aula quando constataram estranhas lesões na planta.
Diante disso, a instrutora do Senar-PR, Beatriz Meira, e outros instrutores foram em busca de mais informação sobre a doença. Para isso, contataram especialistas do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) e foram conhecer mais sobre a doença junto a produtores de Presidente Prudente, no Estado de São Paulo, que já enfrentavam a virose há mais tempo. “Nós constatamos que a melhor forma de tratamento era a erradicação da lavoura doente”, relata a instrutora.
Em condições normais, o maracujazeiro é uma cultura semiperene, isto é, os mesmos pomares podem continuar produzindo ao longo de três ou quatro anos consecutivos. Sob a influência do CABMV, as plantas devem ser erradicadas anualmente sob pena de perdas severas de produção. (Da CNA)


Curso para formação de instrutores na área do maracujazeiro

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